Hoje é dia para saudações pela positiva, todas muito variadas mas cada uma delas de inteiro merecimento. Um quadrado de coisas boas a que pude assistir e das quais retirei a lição por vezes esquecida de que nem tudo é mau neste nosso cantinho à beira-mar plantado.
Refiro-me, e usarei uma ordem cronológica, aos 40 anos da AAAFEP (Associação de Antigos Alunos da Faculdade de Economia do Porto), uma entidade que vai vivendo da carolice de alguns (com destaque para o seu presidente Carlos Nunes) e da generosidade de outros (vejam-se, por exemplo, os seus programas de mentoring) e que realizou uma conferência notável no Salão Nobre da FEP onde pontuou um dos académicos mais reputados da atualidade (Andrés Rodríguez-Pose, London School of Economics).
Depois, foi a celebração dos 50 anos da APICCAPS, quiçá a mais diferenciada associação empresarial do País pelo modo como soube demonstrar, sob a discreta égide de Manuel Carlos, o papel transformador de apostas convictas e persistentes nas competências determinantes e numa cooperação inabalável entre agentes públicos e privados, elevando o calçado português a dimensões impensáveis de afirmação e liderança; as mesas do jantar de gala, na Bolsa do Porto, davam conta dos fundamentos do sucesso alcançado, seja pelas personalidades individuais que nele colaboraram, pelas instituições múltiplas que robusteceram as indispensáveis parcerias, pelos responsáveis políticos e públicos que não faltaram ao longo dos anos e independentemente de cores partidárias (e eram imensos os convidados, incluindo gente que não via há muito tempo) ou pelos industriais obreiros do principal.
Em seguida, e o facto já aqui foi mencionado pelo meu colega de blogue, a passagem dos oito anos da Casa da Arquitetura (com Nuno Sampaio à cabeça de uma equipa empenhada e por demais realizadora, sem esquecer o papel inexcedível da Câmara Municipal de Matosinhos) integrou a designação de Manuel Correia Fernandes como seu Associado Honorário, assim homenageando um arquiteto de excelência que é ainda um cidadão ímpar pela integridade e coerência dos valores de que nunca prescindiu durante uma vida de incontáveis combates cívicos.
Por fim, uma magnífica sessão comandada pela solidariedade, a da 16ª atribuição dos Prémios da Fundação Manuel António da Mota, com a energia da sociedade civil mais anónima a emergir através das intervenções dos responsáveis das dez entidades eleitas (da terceira classificada, o MADI – Movimento de Apoio ao Diminuído Intelectual de Vila do Conde, à segunda, a Caritas da Ilha Terceira e à vencedora que muito emblematicamente sinalizou o abandono do Interior e a exigência da sua revitalização, a Rural Move – Associação para a Promoção do Investimento nos Territórios de Baixa Densidade com sede em Miranda do Douro).
Momentos bonitos, de sentida amizade, de apreço cidadão e de desafio intelectual, cada um à sua maneira peças que fizeram da semana que findou um período altamente gratificante, também compensatórias de desaparecimentos incontornáveis como o do Senhor Inspetor Sobral que viveu com uma dignidade louvável e rara os seus 106 anos mas não resistiu a tornar inconsolável a sua menina dos olhos Maria Helena.

Sem comentários:
Enviar um comentário