domingo, 23 de novembro de 2025

MENTIROSO!

Dias de correrias variadas têm-me mantido afastado destas lides bloguistas. Venho hoje assinar o ponto de modo curto e grosso, deixando para próximas núpcias outros tratamentos analíticos de maior densidade. Limito-me assim a dar aqui nota da dimensão de mentiroso descarado que nos foi mais uma vez revelada por um André Ventura que, após o seu debate televisivo com António José Seguro, forjou a atribuição a si próprio de uma enorme vitória por parte dos inquiridos leitores do JN quando, na realidade, o encerramento de tal votação se saldou por uma pequena vitória do ex-socialista. Ventura conseguiu usar as redes sociais com que manipula constantemente a opinião pública e os eleitores portugueses para passar dos 49% efetivamente registados para 83% (nada menos do que um diferencial inventado de 34 pontos!) e levar Seguro a perder idêntico valor (transformados os seus verdadeiros 51% em mentirosos 17%). Mentir é certamente pecado, mesmo na cartilha religiosa e crente que Ventura propaga, mas procurar enganar milhões de decisores do voto popular é um crime político imperdoável e pelo qual os portugueses deveriam punir severamente o respetivo autor – mas a gritaria e o palavreado fácil e sem conteúdo comprovável vão ganhando amarras no seio deste povo empobrecido e atarantado e de umas “elites” que fogem à sua responsabilidade em nome de uma proclamada libertação individual que lhes serve de pretexto para uma inconsciente e indesculpável recusa do Estado e cúmulos de açambarcamento patrimonial nunca antes vistos.

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