sexta-feira, 14 de novembro de 2025

MARTÍNEZ PARA O AL-NASSR, JÁ!

Tinha vários temas na manga para aqui elaborar no chuvoso dia de hoje, designadamente o termo do Web Summit onde o ministro Gonçalo Matias se passou de forma imprevista e risível. Mas o facto é que à irritação ainda por digerir com que assisti no sofá ao Irlanda-Portugal de ontem se adicionou uma daquelas receções por Whatsapp que nos estimulam a completa adesão e uma saborosa e retemperadora gargalhada (ver abaixo). Foi péssimo o jogo da nossa seleção, mas pior do que isso – um dia mau pode acontecer, embora não deva! – foi a prestação do técnico espanhol Roberto Martínez que logrou algo de que não me recordo ter ocorrido em qualquer episódio da minha vida de espectador futebolística, a saber, não acertar uma, nem mesmo no que toca ao mais óbvio até aos olhos de não especialistas.


Tudo começou na constituição da equipa ao colocar dois médios relativamente defensivos (Ruben Neves e João Neves), deixando Vitinha sozinho no meio-campo de construção e insistindo em Bernardo Silva no lado direito do ataque; depois, foi a escolha do “peso morto” que é João Félix ao invés de um extremo de raiz e desequilibrador como Rafael Leão; em seguida, foi insistir em Cristiano Ronaldo – que cada vez mais se arrasta no campo – e ao, pelo menos, não o fazer acompanhar pelo avançado-centro mais qualificado que temos (Gonçalo Ramos); paralelamente, a opção por Dalot esteve errada na circunstância, quando havia Semedo no banco e Cancelo podia fazer o lado esquerdo com vantagem naquele flanco; ou seja, o alinhamento expectável, face ao que se conhecia do adversário e ao que o seu treinador anunciara, teria de ter sido algo deste tipo: Diogo Costa na baliza, Semedo, Gonçalo Inácio Ruben Dias e Cancelo na defesa; Bernardo Silva, Vitinha e João Neves (ou João Neves) na linha média; Trincão (ou Cristiano Ronaldo para continuar a fazer a vontade a Jorge Mendes), Gonçalo Ramos e Rafael Leão na frente. Mas a coisa teve ainda requintes de incompetência absolutamente incompreensíveis, como as substituições de dois defesas ao intervalo e quando já perdíamos por 2-0 (Cancelo, o defesa ofensivamente mais forte, por Semedo e Gonçalo Inácio por Renato Veiga, este totalmente desprovido de mínimos para fazer parte daquele grupo); a entrada de Gonçalo Ramos deixada para os 78 minutos encerra o autêntico show de ignorância com que Martínez brindou os portugueses na noite de ontem.

 

Isto dito, o “cara de pau” ainda teve a lata de vir dizer que a lei de Murphy tinha marcado presença e não foi sequer capaz de reconhecer um qualquer erro mínimo da sua parte. Os nossos entrevistadores e comentadores completaram bem o processo, quer ao virem criticar ferozmente Martínez quer ao comprarem sem grande oposição os seus argumentos desculpabilizantes – chama-se covardia ao modo de estar desta gente. E, claro, nenhum deixou de salientar que já estamos apurados porque a vitória é certa no Dragão contra a Arménia e, além disso, ainda existem outros expedientes que nos não deixarão de fora do Mundial de 2026 – Portugal no seu melhor!


 

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