sexta-feira, 25 de abril de 2025

UMA PARTILHA VINDA DA AUTORIZADA VOZ DO CEPII

Reencontro em Espinho com um velho amigo parisiense (Joaquim Oliveira-Martins) e ocasião para atualizações várias de conversa. Uma delas centrou-se no nosso velho CEPII – ao que consta agora em vias de abandonar o seu estatuto público e de se fundir com o também reputado OFCE – e nos debates que por lá se têm desenrolado sobre a louca conjuntura mundial que atravessamos. Pretexto para uma incursão nos mais recentes trabalhos por ali publicados e, assim, para chamar a vossa atenção para os dois gráficos que reproduzo. Acima, uma forma muito curiosa e assaz original de evidenciar quanto o dito maior player nos mercados internacionais (a União Europeia), não só já o deixou de ser há alguns anos, em proveito da China, como e principalmente partilha com os EUA uma outra debilidade comparada em relação à crescente dominação chinesa na produção e no comércio internacional, no caso apresentando um número correspondente a pouco mais de metade das posições dominantes por produto detidas por aquela potência asiática (num total avaliado de cerca de 5000). Um registo que é ainda assim, e apesar de tudo quanto se vai dizendo, altamente surpreendente pela expressão da diferença que surge manifestada e se regista também face aos EUA.

 

Abaixo, uma evidência algo mais batida pelas más razões associadas ao enorme mediatismo que emergiu na sequência da demente investida de Trump no domínio das tarifas a impor pelo seu país aos restantes países do mundo, mesmo sabendo-se que logo a seguir ao “dia da libertação” (2 de abril) iria ser decretada uma quarentena suspensiva da decisão anunciada. De qualquer modo, e com um ou outro grau de detalhe complementar ou substitutivo, o certo é que o gráfico é visivelmente falante quanto à amplitude do que aí parece estar em processo não reversível: um protecionismo estúpido (é a palavra!), de brutal espectro e preocupantemente indiciador de consequências imprevisíveis, mas sempre gravosas, sobre a estabilidade de um sistema internacional que perdura há oito décadas e sobre o comportamento da economia mundial.

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