(Tom Janssen, https://voxeurop.eu/en/source/leeuwarder-courant)
Termina a Cimeira da NATO em Haia, já por muitos apelidada de Cimeira de Trump – quer pelos resultados favoráveis que o presidente americano nela obteve, quer especialmente pelo modo como os europeus evidenciaram, talvez um tanto escusadamente, a sua subserviência em relação ao homem e às suas peculiaridades narcísicas.
Sobressaiu entre todos a figura de Mark Rutte, claramente um daqueles políticos que arrogantemente exibe a sua força em relação aos mais fracos (como ocorreu enquanto primeiro-ministro dos Países Baixos nos encontros europeus de alto nível) e que não hesita em se mostrar servil em relação aos mais poderosos (Trump, o seu querido amigo Donald, no caso) – o post que enviou a Trump é, nessa linha, uma das expressões maiores da sabujice que alguma vez foi mundialmente demonstrada aos olhos de todos (ver na infografia seguinte).
E, mesmo não desconhecendo, que a realpolitik é o que é, e tem por vezes de integrar algum engolir de sapos, o facto não deixa de ser chocante para qualquer europeu que preze o seu orgulho e a dignidade que lhe assiste, ademais se se considerar a dimensão mista de extravagância, presunção e obscurantismo que vêm caraterizando a gestão política e geopolítica do “monarca” que os americanos puseram ao comando do mundo. Mas o pior de tudo será o balanço que se irá fazer de tudo isto, um balanço de sucesso e vitória para todos (de Montenegro a Orbán, de Ursula a Sánchez, de Macron a Merz, de Starmer a Tusk, de Rutte a Trump), independentemente do grau de engano e fingimento que cada um foi ensaiando na sua atitude aparentemente tão comprometida num longo prazo com dez longos anos de maturidade.
Miséria de pequenez política, sobretudo se nos ativermos sem duvidosos escrúpulos à sua alegre convivência com a guerra na Ucrânia, o genocídio em Gaza e os incompreensíveis jogos de bastidores que entopem o Médio Oriente até um dia.
(Enrico Bertuccioli, https://www.cartoonmovement.com)
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