(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)
Ainda não tive oportunidade de aqui me associar ao coro de louvores que impera no nosso espaço público na sequência da excelente vitória da nossa seleção na Taça da Liga das Nações, ademais numa final disputada contra uma Espanha que partilha com a Argentina a fama de ser uma das melhores equipas nacionais da atualidade. O obreiro principal dessa vitória foi o “parisiense” Nuno Mendes, que fez uma exibição verdadeiramente exemplar, sendo imediatamente seguido na atribuição de responsabilidades pela positiva pelo nosso Diogo Costa – que defendeu o penalti de Morata e assim garantiu a vitória – e por Ruben Dias na defesa, Vitinha e Bruno Fernandes no meio-campo e Pedro Neto nas pontas atacantes (além das boas entradas de Nelson Semedo, Renato Veiga, Rafael Leão e Rúben Neves, este autor da concretização do chuto decisivo dos 11 metros). Mais três notas: o sacrifício de João Neves (já referido no post do meu colega) por falta de coragem do selecionador em prescindir de Bernardo Silva, a inconsequência de Martínez em escolher Francisco Conceição para o “onze” inicial e o “pau de dois bicos” em que se transformou o quarentão Cristiano Ronaldo (claramente sem ritmo para jogos desta intensidade, por uma banda, mas também capaz de ir marcando o seu golito, por outra).
Num fim de semana alargado em que as referências ao ténis em Roland Garros ficaram muito bem entregues ao António Figueiredo, fico-me pelo desporto caseiro, com o FC Porto a ver recompensado o seu esforço de lançamento do futebol feminino, que se sagrou campeão nacional da 3ª Divisão, e a assistirmos a grandes jogos em diversas modalidades – destaque para o Benfica-FC Porto em basquetebol e para o Sporting-FC Porto em hóquei em patins. Mas tenho necessariamente de terminar com uma nota de forte desagravo em relação à ocorrência do fim de tarde de ontem em Lisboa, um verdadeiro homicídio em forma tentada, ao que parece por parte de membros de uma claque leonina, que quero deixar fora de qualificação desportiva e remeter para outros foros definidores do que vai sendo a violência que marca em crescendo a realidade social do País – ao contrário de "O Jogo", os jornais desportivos da Capital não se dignaram dar visibilidade ao tema, o “Record” sem qualquer menção de primeira página, e “A Bola” limitando a sua a uma caixinha com letras pequeninas; e depois venham dizer-me que não são eles quem tem os livros... – ai se os infratores fossem outros...


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