terça-feira, 4 de novembro de 2025

OS DISPARATES DOS PS

Reporto-me ao último post do meu colega de blogue, perplexo e aturdido (as palavras são minhas) com as opções presidenciais em favor do almirantado por parte de gente relevante do Partido Socialista, como António Correia de Campos e Manuel Pizarro. E, convirá registá-lo desde já, a procissão ainda vai no adro, quer porque um setor do PS lisboeta se prepara para ir no mesmo sentido ou, pelo menos, para assumir uma neutralidade no dito processo eleitoral (ainda anteontem Marta Temido o afirmou numa entrevista televisiva) quer porque um ex-secretário-geral e habitual militante alinhado (Eduardo Ferro Rodrigues) já fez saber que desta vez, e pela primeira vez, irá esperar pelos debates e pela campanha para se posicionar, não acatando portanto a indicação partidária de voto em António José Seguro (AJS). Deixando o caso de Augusto Santos Silva, cuja excessiva truculência em relação a AJS o coloca em situação de desejável silêncio até 18 de janeiro, ou o de Eduardo Barroso, cuja declaração de apoio a Marques Mendes já releva de uma credibilidade em perda, também já pude observar diversos autarcas, nem sempre dos mais desconhecidos, a mostrarem-se ao lado de um dos dois principais adversários do ex-socialista de Penamacor. E não será ainda difícil imaginar que o próprio António Costa, agora envolvido em incessantes périplos internacionais, apoiaria Gouveia e Melo se pudesse declará-lo em voz alta e nele irá seguramente votar no segredo das urnas.

 

Mesmo reconhecendo que AJS tem um discurso bastante vazio e uma presença monocórdica e apadralhada, a verdade é que cumpriria à maioria das personagens acima mencionadas, e de outras com significativos graus de responsabilidade adquirida pela sua participação na história democrática nacional ao serviço do PS, uma vinda a público para se explicarem sobre as determinantes do seu comportamento. Por muito que se diga que as Presidenciais são estritamente uninominais, essa conversa choca de frente com os mínimos de coerência que os portugueses esperam dos políticos que foram vendo no desempenho de cargos governamentais e outros a que não teriam acedido não fora a conjugação das suas competências com a assunção da sua ligação partidária – não pode valer tudo, digo eu que não sou de intrigas... E a realidade para que apontará quem quer que observe estes factos e sobre eles minimamente se debruce só pode ser encarada como associada a passadas maldades imperdoáveis provenientes de AJS enquanto líder do PS, líder parlamentar ou secretário de Estado – e têm de ter sido maldades das boas, daquelas que vêm envelopadas dos requintes de malvadez que só estão ao alcance dos mais iníquos, impiedosos e perversos, o que exige a respetiva denúncia para que nos possamos precaver embora sinceramente não as consiga vislumbrar com esse quilate e de forma antecipável  na personagem em causa. A procissão ainda vai no adro mas o andor de Nossa Senhora já só está preso por arames...

Sem comentários:

Enviar um comentário