O futuro Nobel da Paz continua numa azáfama incessante, evidenciando uma energia notável para a sua já provecta idade de quase octogenário. Por entre os exercícios nucleares de natureza militar que decidiu relançar e a bosta com que decidiu brindar alguns manifestantes seus oposicionistas (apenas o elemento mais caricato de uma política interna cada vez mais autocrática e irracional), as únicas exceções à sua movimentação à escala planetária foram a nega que recebeu da Coreia do Norte – onde tanto parecia querer ir, mas com Kim Jong-un a deixá-lo a falar sozinho – e a nega que deu a Orbán e Putin no tocante a uma deslocação a Budapeste para tratar do tema de uma qualquer paz na Ucrânia.
Dos sucessivos encontros proporcionados pelas incursões asiáticas (Malásia, Japão e Coreia do Sul) daquele a quem o “El País” chamou “o Presidente que joga ao monopólio com a política internacional” e de quem o mundo ocidental já nem discute a primazia – enquanto os líderes europeus se desfazem em mesuras e elogios, a nova primeira-ministra japonesa até vai propor ao comité Nobel adequado a nomeação do homem e até Mark Carney lhe veio pedir desculpa pelo anúncio comercial que desmascarou uma alegada posição protecionista de Reagan – o mais relevante poderia ter sido o do seu frente-a-frente com Xi Jinping, não fora a “mão cheia de nada”, i.e., o mero protelamento do essencial para a estabilidade mundial, que dele resultou; e foi ainda curioso observar o modo desajeitadamente graxista e subserviente com que o “Rei do Ocidente” se dirigia ao pretendente a líder de uma nova ordem internacional que quis designar por “globalização inclusiva”, em contraste com a atitude pouco empática e sempre distante de Xi, claramente indiciadora de uma autoconfiante manipulação dos cordelinhos (que são nem mais nem menos do que uma estratégia) visando a concretização dos seus objetivos.



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