Aí está o há muito anunciado princípio do fim da Política de Coesão, em boa hora lançada por Jacques Delors nos idos de 80 para 90. Ursula já tinha ensaiado a manobra com o seu Next Generation EU (PRR entre nós), um descoco sem sentido, por falta de mínimos em termos de perceção territorial (nas opções e na gestão), que tão aplaudido foi pelo nosso então primeiro António Costa e seus acólitos de governação e execução burocrática (o que ficou bem sintetizado na belíssima máxima do ministro encarregado, “prioridade à Margem Sul”) sob a proteção das descabidas exigências descontextualizadas do Presidente da República. As guerras e ameaças geopolíticas, entretanto recrudescidas, só vieram alimentar uma ideia destrutiva que grassava na cabeça de Ursula e dos “falcões” europeus e deles já se apoderara sem remissão, para o que não faltou a ajuda alimentadora das ineficiências grosseiras que imperaram na maioria dos países beneficiários (com a Itália ao comando e Portugal ao jeito de bom aluno, entre um efeito demonstração relativamente aos desmandos italianos e uma subserviência incompetente relativamente aos poderosos). Agora que o próximo período de programação orçamental é lançado tudo fica esparramado nos documentos tradutores das intenções em presença – a Política de Coesão entra em phasing out declarado, substituída pela entrega de uns chequezinhos simbólicos a serem geridos pelos governos centrais (Montenegro e Sarmento talvez também agradeçam essa atenção!) e aí virá finalmente o tempo certo para que possa ser cantada a vitória dessa proliferação de Nuno Palmas que caiu em cima da nossa tão impreparada e desligada sociedade. Porca miséria!

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