quarta-feira, 30 de julho de 2025

O ALMIRANTE NO SEU MÁXIMO ESPLENDOR...

 
(João Fazenda, https://expresso.pt)


O artigo de opinião que o Almirante Henrique Gouveia e Melo assina hoje no “Público” confirma eloquentemente quanto o dito parece destituído de mínimos de inteligência e experiência políticas, ademais para que possa vir a ser um candidato que possa considerar-se tolerável à nossa Presidência da República. O homem traz-nos “uma agenda mobilizadora” (onde é que já não ouvimos este lugar-comum?) com três “áreas-âncora” alegadamente destinadas a um “forte e exigente compromisso de convocar vontades” junto dos Portugueses (ao que acrescenta o crescimento económico e temas de soberania como prioridades da “magistratura de influência” que pretenderia desenvolver na Presidência, muito provavelmente lançando ainda mais ruído e confusão em cima dos que já imperam – e que Marcelo também ajudou a baralhar – na separação de poderes em Portugal). Acrescem as áreas eleitas, exatamente aquelas mais óbvias e cujas fragilidades e correspondentes irrupções populistas estão permanentemente na ordem do dia da nossa vida pública (habitação, saúde e imigração) e não outras necessárias e que evidenciassem uma visão e um rumo capazes de romper as nossas pobres dinâmicas reformadoras e desenvolvimentistas. E os títulos desses subcapítulos são também absolutamente sugestivos, para não dizer pior, e certamente suscetíveis de moverem montanhas: a resolução urgente de uma crise anunciada na Habitação, mais organização e eficiência numa Saúde para todos, rigor e humanismo para uma solução exequível na Imigração e Integração, nem mais nem menos. Não é mobilizador por tão unanimista? Não é mobilizador por tão original? Não é mobilizador por tão pueril? Nestes irrebatíveis termos, a vitória ou a derrota serão certamente certas... muito em função do quantum em que os portugueses já estejam definitivamente capturados pelos embustes da lengalenga ludibriante das redes sociais e da política imprópria e desnorteada que lhes vem sendo crescentemente vendida.

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