domingo, 13 de julho de 2025

NA MORTE DE OGUI, COM AFETO

Não sei se o nome e/ou a pessoa dizem alguma coisa ao meu colega de blogue quando reportado aos seus tempos liceais no D. Manuel II do Porto que não em relação ao poeta e ensaísta consagrado que o talento de Fernando Oliveira Guimarães (FOG) construiu. No meu caso, a figura do professor “OGui”, como era então conhecido nos corredores daquela escola onde ensinava Filosofia (e talvez também História), é-me muito familiar desde 1968 quando iniciei o meu então 6º ano complementar (ou mesmo antes disso, já que julgo que ele foi docente da turma do meu irmão Jorge, mais versada para as Ciências duras mas onde ganhavam lastro o Augusto Santos Silva, o Luís Miguel Duarte ou o Joaquim von Hafe Pérez, entre outros). Não tendo sido professor da minha turma, foi chamado algumas vezes a dar-nos aulas de substituição e/ou de colaboração disciplinar, apresentando-se sempre como alguém que fazia da discrição e do rigor a sua marca essencial – confiava-se cegamente em tudo o que transmitia, carregado de uma finíssima densidade. Ao longo das seis décadas subsequentes, procurei acompanhar a bem-sucedida carreira literária de FOG, lendo os seus livros de poesia e os seus ensaios (dominantemente entregues aos louváveis cuidados editoriais da Afrontamento de José Sousa Ribeiro) e aplaudindo silenciosamente o reconhecimento que foi tendo através de inúmeros prémios e distinções. Faleceu há dias, aos 97 anos, na sua cidade do Porto, que nunca deixou, paz à sua alma!

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