sábado, 17 de maio de 2025

À ESPERA DE FUMOS COLORIDOS: VERDE E LARANJA, VERMELHO E ROSA OU O QUÊ?

(Flavia Álvarez Pedrosa, “Flavita Banana”, https://elpais.com)

Ainda há pouco tempo acordei e a verdade é que não me consigo concentrar em relação ao tema de reflexão que há cinquenta anos me propõem para a véspera do dia de qualquer ato eleitoral aprazado – é notável a capacidade dos nossos responsáveis políticos para fazerem da inércia uma das suas maiores qualidades, a ponto de a consagração de um “dia de reflexão” permanecer uma obrigação legal em época de disseminação instantânea de toda e qualquer mensagem informativa ou influenciadora pelas redes sociais! Diria ainda que como eu estará certamente a imensa maioria dos meus concidadãos cuja questão nem chega a passar-lhes pela cabeça neste Sábado, entre os preocupados com as suas dificuldades de vida, os ocupados com os seus afazeres pessoais e os assoberbados com a decisão futebolística que infalivelmente ocorrerá pela hora de jantar.

 

Não obstante, e no tocante ao plano mais estritamente reflexivo, uma coisa já tenho por adquirida: não estarei entre os que colocam a cruzinha em função de um de dois critérios extremos (abaixo explicitados pelo nosso inspirador de serviço El Roto), a saber, o de votar acefalamente nos mesmos sem olhar ao respetivo conteúdo propositivo e posicional (os seguidistas incondicionais) e o de votar desencontradamente nos que mais se opõem àqueles que escolhi da última vez (os caprichosos do contra). Estou ainda convencido de que conseguirei definir-me condignamente até ao momento de me deslocar amanhã para o local de votação.

(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com) 

Já quanto ao plano desportivo, a coisa fia mais fino porque a indiferença entre lagartos e lampiões tomou absoluta conta de mim. É claro que vejo com algum prazer o desespero de tantos milhões de benfiquistas e das suas lideranças sempre dispostas a comprar mais e mais jogadores e a prometer títulos que crescentemente escasseiam. Mas não deixaria de ser também com gáudio que receberia a derrota em cima da meta dos sportinguistas que festejaram antes do tempo e da sua arrogante, insuportável e bacoca liderança presidencial. Dado que não podem perder os dois ou, melhor dito, que terá de haver um a deixar de ganhar, volto à minha de entregar de bom grado o veredito nas mãos de Deus. Logo veremos, pois, o que emergirá da justiça divina...

(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

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