terça-feira, 27 de maio de 2025

EM BUSCA DE RESPOSTAS (3)

(Felipe Hernández, “Caín”, http://www.larazon.es) 

Prossigo a busca exploratória que encetei à volta da explosiva votação alcançada pelo Chega. Desta vez, parto dos 56 Concelhos que apresentam mais traços identificadores de Territórios de Abandono e procuro perspetivar a relação do voto extremista respetivo com três determinantes habitualmente aventadas para o mesmo: a falta de qualificações (aqui medida pela percentagem de licenciados no total da população face à média aritmética nacional), o grau de dependência de subsídios (aqui medido pela percentagem de beneficiários de subsídio de desemprego e rendimento social de inserção face à média aritmética nacional) e a presença de imigrantes (aqui medida pela percentagem de residentes legalizados que nasceram fora do País face à média aritmética nacional). Nos gráficos, surgem a cinzento-escuro e a verde os ditos 56 concelhos, com a primeira daquelas cores a pretender significar os casos de ligação forte entre a variável eleitoral e três das suas possíveis determinantes.

 

No primeiro caso (qualificações), a evidência que emerge é a de um matching altamente significativo, sendo exceções à regra de uma forte ligação entre baixas qualificações e voto no Chega (52 situações, correspondendo a 93% das que estão em avaliação) os concelhos de Abrantes, Cantanhede, Estremoz e Fundão. Já no segundo e terceiro casos (subsidiação e imigração, respetivamente), se observa uma bastante menor presença do mesmo tipo de ligação (apenas exibida em 39% e 27% dos concelhos selecionados), o que parece afastar alguns simplismos biunívocos em torno destes últimos dois potenciais elementos explicativos, com a sua capacidade de elucidação em termos globais a surgir assim reduzida para pouco mais de 15% e 10% dos concelhos com votos obtidos pelo Chega acima da média nacional do partido (embora, ainda assim e a meu ver, a diversidade das disseminações pelo território e as consequentes especificidades sejam justificativas de uma consideração cuidada da informação apresentada).

 

Se houver leitores que estejam para me aturar quanto ao exercício que me decidi a fazer, prometo que ainda vou voltar ao assunto.

(Elaboração própria a partir de https://www.eleicoes.mai.gov.pt e de informação estatística publicada em https://www.ine.pt) 

(Elaboração própria a partir de https://www.eleicoes.mai.gov.pt e de informação estatística publicada em https://www.ine.pt)

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