(A análise do que designei de mapa da frustração sugere que a sul do Tejo a complexidade dessa mesma análise talvez seja maior. Por outras palavras, parece-me mais difícil explicar o comportamento vitorioso do Chega a sul do que a mancha AD a norte, com o enclave de Vizela do PS a passar praticamente despercebido. Pois partilhando desta ideia, o Amigo e Colega Josué Caldeiram cujo pensamento, militância e intervenção político muito prezo, teve a amabilidade de realizar alguns cálculos exploratórios, com a particularidade de os realizar desde 2022, para apanhar a emergência da onda do Chega. Com a sua prévia anuência, vou reproduzir neste blogue os seus gráficos, pois eles contribuem a meu ver para um início de explicação mais estruturado da referida complexidade, desconstruindo, aliás, alguns mitos reproduzidos no comentário político, como por exemplo a ideia de que a sul o avanço do Chega tem sido concretizado através da purga eleitoral da CDU. Os meus agradecimentos ao Josué Caldeira, esperando não desvirtuar as ideias que me transmitiu.)
O que impressiona nos gráficos acima e abaixo é a uniformidade do padrão evolutivo: brutal crescimento do Chega, menor intensidade desse crescimento da AD e um verdadeiro colapso do PS que em todos os gráficos apresentados apresenta um comportamento do qual ainda estamos a recuperar.
Os dados apresentados têm ainda a particularidade de indicar os novos votantes no período considerado, o que introduz uma nova dinâmica de análise.
Os valores nacionais e do distrito de Lisboa são apresentados como termos de comparação para o observado em Setúbal, Portalegre, Évora e Beja, e o que impressiona nos gráficos é a uniformidade do padrão.
O que parece claro é que a CDU, embora perdendo votos para o Chega que exigem explicação própria, não é o apregoado alimentador de votos do Chega. De todos os gráficos, a uniformidade de comportamento é tal que podemos concluir que se precisávamos de mais evidência para compreender quão estrutural é o colapso do PS podemos estar confortados pois a evidência está aqui, inexorável e convidando a uma profunda reconstrução de um rumo político.
Quanto mais atento nestes dados e mais fico horrorizado com a intervenção na noite eleitoral de Pedro Nuno Santos e de alguns dos seus apoiantes mais próximos. A ideia de que o timing do infeliz do Pedro Nuno não foi o adequado (what if?) brada aos céus como se não tivesse contribuído para o desastre estrutural, iniciado, aliás e sem o esquecer, com a destruição de uma maioria absoluta pelo agora “feliz e contente” António Costa.
Vamos falando Josué.
Correção de gralha: no penúltimo parágrafo, substituiu-se PDS por PS.





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