sábado, 14 de junho de 2025

FIM DE LINHA PARA SÁNCHEZ?

(Ricardo Martínez, http://www.elmundo.es)

(José Maria Pérez González – “Peridis”, http://elpais.com) 

A resiliência – palavra com que embirro e que nos foi ressuscitada em tempos pandémicos – é visivelmente uma caraterística genética de Pedro Sánchez. Mas em política até a resiliência tem limites e estes terão sido atingidos na crise que assolou o PSOE e na qual o presidente do governo está completamente atravessado na dimensão que podemos associar à sua credibilidade pessoal e política. Com efeito, e mesmo que Sánchez não tenha qualquer envolvimento interessado e apenas tenha sido naïf, o cúmulo de situações ambíguas e inexplicáveis já tinha excedido aquilo que os cidadãos espanhóis estão disponíveis para suportar e a carga desta, ademais atingindo com indícios fortes de corrupção a cúpula partidária (agora ao mais alto nível do secretário da organização Santos Cerdán), faz com que a política aqui ao lado esteja presa por um fio para Sánchez – pedir perdão com ar compungido e os olhos em baixo já é manifestamente pouco e até pode jogar em sentido contrário, como uma espécie inconfessada de admissão de culpa – e para os socialistas.


Mas, pior do que isso, é ainda o facto incontornável de tal significar mais um pesado prego no caixão da presença da dita área política à escala europeia (para o que a situação política nacional deu também um marcado contributo), numa conjuntura em que as lógicas antissistema, extremistas e eurocéticas recrudescem de importância. Os tempos não estão fáceis, mas as autossuficiências e as leviandades não ajudam a que os eleitores minimamente concedam benefícios da dúvida a agentes públicos crescentemente incapazes de lerem, sem ilusionismos nem subterfúgios, a mudança da realidade que os envolve e de a ela se adaptarem, preferencialmente em condições de irredutível humildade democrática, de inegociável transparência e de sagaz iniciativa política – assim não sendo, rapidamente e em força, isto tem tudo para correr mal em toda a parte...

(Idígoras y Pachi, http://www.elmundo.es)


(Felipe Hernández, “Caín”, http://www.larazon.es)

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