(Fernão Campos, http://ositiodosdesenhos.blogspot.pt)
O recém-defunto Verão de 2014 foi marcado por uma incrível sucessão de funerais. De entre os muitos a que impavidamente assistiram uns já por nada impressionáveis portugueses conta-se o da ex-toda poderosa PT. Um filme cujo argumento é tudo menos simples e a que não cessam de ser acrescentados novos episódios e renovadas questões polémicas e dúvidas metódicas. Alguém que procure respostas, talvez possa começar por avivar a memória percorrendo os elementos que se apresentam no final deste post. Mas foi assim tão tremendo e inesperado o estoiro da Portugal Telecom?
Bom. Foi ou não ilusório conceber e alimentar uma estratégia visando a construção de um “campeão nacional” feito “empresa global”? Como se distribuíram as culpas entre os acionistas e as várias instâncias políticas ao longo do processo? Onde deve situar-se o seu “pecado original”, no engordar a qualquer custo para privatizar caro, no lirismo de um crescimento em mercados externos de grande dimensão e/ou de uma internacionalização lusófona, na compra da Vivo, na aproximação à Telefonica, no chumbo da OPA da Sonaecom, na utilização da golden share para forçar o prolongamento do mito através de uma entrada na Oi, na remuneração dos acionistas no período 2010/12, nos termos com que este Governo abdicou da golden share, em múltiplos malabarismos e amiguismos associados ao caso BES ou numa contratualização inconcebível com os brasileiros da Oi? O regulador falhou, quanto e em quê? E os auditores internos e externos? E os conselheiros jurídicos da empresa? Poderia em algum momento o rumo final dos acontecimentos ter sido invertido? Até que ponto era a empresa o exemplo de boa gestão que tanto se proclamou? E Zeinal era realmente o nosso “Messi das telecomunicações”? E que competências efetivas adquiriu a mesma, para além de um significativo reforço dos seus recursos e capacidades de inovação?
E agora, já agora? Pode tentar-se voltar ao princípio e arrancar novamente como quase sugere o novo presidente executivo? Ou há que embarcar na venda pelos brasileiros, embora nesse caso seja tudo menos indiferente a quem, com que objetivos e em que termos? Em suma, volta a ser tempo de regressar à pergunta que Lenine consagrou: que fazer?
Bom. Foi ou não ilusório conceber e alimentar uma estratégia visando a construção de um “campeão nacional” feito “empresa global”? Como se distribuíram as culpas entre os acionistas e as várias instâncias políticas ao longo do processo? Onde deve situar-se o seu “pecado original”, no engordar a qualquer custo para privatizar caro, no lirismo de um crescimento em mercados externos de grande dimensão e/ou de uma internacionalização lusófona, na compra da Vivo, na aproximação à Telefonica, no chumbo da OPA da Sonaecom, na utilização da golden share para forçar o prolongamento do mito através de uma entrada na Oi, na remuneração dos acionistas no período 2010/12, nos termos com que este Governo abdicou da golden share, em múltiplos malabarismos e amiguismos associados ao caso BES ou numa contratualização inconcebível com os brasileiros da Oi? O regulador falhou, quanto e em quê? E os auditores internos e externos? E os conselheiros jurídicos da empresa? Poderia em algum momento o rumo final dos acontecimentos ter sido invertido? Até que ponto era a empresa o exemplo de boa gestão que tanto se proclamou? E Zeinal era realmente o nosso “Messi das telecomunicações”? E que competências efetivas adquiriu a mesma, para além de um significativo reforço dos seus recursos e capacidades de inovação?
E agora, já agora? Pode tentar-se voltar ao princípio e arrancar novamente como quase sugere o novo presidente executivo? Ou há que embarcar na venda pelos brasileiros, embora nesse caso seja tudo menos indiferente a quem, com que objetivos e em que termos? Em suma, volta a ser tempo de regressar à pergunta que Lenine consagrou: que fazer?