domingo, 26 de outubro de 2014

MAIS PORTO POR JOEL CLETO


Depois da volta centrada no Morro da Sé, há uns meses, foi hoje a vez de Joel Cleto nos conduzir pelos caminhos do Morro do Olival. Embora com uma passagem prévia pela Ribeira, recapitulando alguma da matéria dada e conhecendo mais umas quantas narrativas e lendas em torno (como a solução encontrada por Edgar Cardoso para um certo tipo de deterioração da Ponte Luís I ou o facto de o último herdeiro do trono de Portugal ter por nome Afonso Henriques). Depois, e partindo do Largo de S. Domingos (dominante na história da Cidade durante séculos), subimos as Escadas da Esnoga que conduzem ao mirante da Rua da Bataria da Vitória (a vista é extraordinária!), fizemos o trajeto ao longo desta até à Porta do Olival (percebendo a decisão por D. João I de localização de uma judiaria ali, dentro de muros, e como a urbanização daquela encosta evoluiu num clima conflitual entre o rei e o bispo, senhor do burgo), deambulamos por ali (Cadeia da Relação e Torre dos Clérigos), fomos ao Jardim da Cordoaria (circulando naquela alameda formada por plátanos invulgarmente deformados por uma doença de juventude e onde foram instaladas as estátuas de Juan Muñoz e falando seguidamente da “árvore da forca”, onde nunca alguém foi enforcada e que tombou em meados dos anos 80), passamos entre a Universidade e o “Piolho” e deparamo-nos com as igrejas do Carmo e dos Carmelitas (momento para uma alusão às “ordens terceiras”), estivemos na Praça dos Leões (que, por serem alados, são por vezes referidos como um produto da estátua da Rotunda da Boavista) e na Praça Guilherme Gomes Fernandes (onde se evocou uma vitória nacional no campeonato mundial de bombeiros de 1900) e terminamos no antigo Largo dos Ferradores (bifurcação das velhas estradas que se dirigiam a Braga, pela atual Rua de Cedofeita, e a Guimarães, pelas atuais Ruas das Oliveiras e dos Mártires da Liberdade), hoje Praça Carlos Alberto (em cujo Palacete dos Viscondes de Balsemão o rei do Piemonte e da Sardenha se começou por refugiar, vindo depois a falecer na Quinta da Macieirinha junto ao Museu Romântico, e foi possível recordar o local onde esteve instalada a sede de candidatura do General Humberto Delgado em 1958, por cima do Café Luso). E a verdadeira cereja em cima do bolo foram as pataniscas e o cozido no Restaurante do Largo do Moinho de Vento...

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