(Ray Pawson)
(Frans Leeuw)
De regresso a casa e já de novo “on the road” para a Conferência na
Fundação Calouste Gulbenkian sobre políticas públicas (segunda e terça feira),
onde apresentarei um artigo elaborado em colaboração com a minha amiga Elisa
Babo, deixo alguns registos de Dublin e da curta visita de sábado à Irlanda
mais profunda, neste caso Kilkenny.
Em primeiro lugar, um registo de satisfação pela
manhã de sexta feira na conferência da European
Evaluation Society, com uma sessão paralela (que se tornou sessão quase
plenária tal foi o número avassalador de presenças na sessão), dedicada a uma
reflexão/avaliação sobre o estado atual de uma das correntes mais decisivas das
teorias da avaliação, a avaliação realista (realistic
evaluation). O título da sessão dava o mote certo: “Is Realist Evaluation Keeping its Promise?”.
E não era uma sessão qualquer. A orientação da
discussão cabia ao “pai inquestionável” do realismo em matéria de avaliação
(Ray Pawson), em grande forma para uma sessão extremamente informal não
deixando de ser profunda, envolvendo pequenos testemunhos de alguns dos grandes
expoentes da investigação sobre avaliação: Elliot Stern e a sua protegida Ana
Manzano, Gary Henry, Brad Astbury, Frans Leeuw, Gill Westhorp, Patricia Rogers,
Nicoletta Stame, Mel Mark e Sanjeev Sridharan.
A sessão era marcadamente simbólica já que na 1ª conferência
da EES em 1994, em Haia, Pawson e Tilley apresentaram um artigo que haveria de fixar
o paradigma realista (An introduction to
scientific realist evaluation). Vinte anos depois, a discussão realizada
mostrou que o realismo na avaliação está vivo e ainda com grande potencial de
desenvolvimento. Do ponto de vista do meu interesse pessoal, a relação “mecanismos
– contexto – resultados”, qualquer que seja a ordem do seu desenvolvimento, é
cada vez mais o centro e o futuro da avaliação e como guia do meu trabalho
futuro ele terá de passar por aprofundar e operacionalizar o conceito de
mecanismos em programas. Oportunidade talvez para um próximo artigo.
Uma curta introdução de Pawson ao realismo na
avaliação pode ajudar a compreender a sua importância.
No sábado de lazer, deu para uma curta digressão
(com o prazer de viajar num austero e eficiente comboio irlandês) até Kilkenny,
que dista cerca de 125 kilómetros de Dublin.
Nesta simpática cidadezinha medieval, deu para
perceber que estava no coração do hurling
irlandês (os Cats de Kilkenny são campeões nacionais irlandeses e a cidade evidencia-o
sem equívocos). O hurling é um misto
espantoso de hóquei em campo e andebol, jogando-se num campo com baliza e
guarda- redes, com trave do tipo râguebi e uma espécie de stick que está a meio
caminho entre o stick de hóquei em campo e uma raquete variante da pelota basca.
Vale a pena ver.
Outro registo de Kilkenny que está a
generalizar-se por toda a Irlanda é o do crescimento vertiginoso da
criatividade no artesanato, com relevo para os têxteis. O Kilkenny Design Center, ao qual se associa o Crafts Council of
Ireland e a National Craft Gallery,
valem uma visita e o seu restaurante Anocht promete.
E mesmo em frente uma surtida pelos lawns do
Kilkenny Castle são de tirar a respiração.
Hoje, no regresso, uma viagem de táxi entre o Sá
Carneiro e Vila Nova de Gaia custou-me 35 euros, mais 5 euros do que
praticamente idêntico trajeto em Dublin até ao aeroporto. Dá que pensar numa
cidade como Dublin, marcadamente de serviços e relativamente cara.
Gostei em Dublin do modo como o Trinity College
mistura a população estudantil e a vida da própria instituição com a população
designadamente turistas. Almoçar no Flux Café na Science Gallery é uma
excelente experiência.
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