sexta-feira, 3 de outubro de 2014

RESCALDO PRIMÁRIO


Eu sei que agora já é o tal tempo de sarar as feridas no PS, mas talvez ainda valha a pena dar uma última olhadela pelos resultados e algumas das suas curiosidades geográficas. Ou, se quisermos ser pomposos, geopartidárias.

Comecemos pelas diferenças de votação mais notoriamente favoráveis a Costa (acima da sua média nacional em dez distritos): por ordem decrescente, tivemos então Lisboa (FAUL), Açores, Faro, Lisboa (Oeste), Portalegre, Setúbal, Évora, Santarém, Bragança e Aveiro. Em sentido contrário, registemos a observância de uma única vitória de Seguro (Guarda) mas também como foram mais renhidas as disputas entre os dois candidatos nos dez casos seguintes em que o derrotado ficou acima da sua média nacional (por ordem crescente): Madeira, Viana do Castelo, Beja, Leiria, Coimbra, Vila Real, Viseu, Braga, Castelo Branco e Porto.

Inúmeras serão certamente as potencialidades analítico-verrinosas abertas pelas constatações que precedem. Juntando incontornavelmente poderes expressos a nível local por muitas e variadas vias, sem prejuízo de os grandes campeões da adesão “costista” (concentração de votos superior a 80%) terem sido encontrados nas estruturas dirigidas por Marcos Perestrello, Carlos César, António Eusébio e Rui José Prudêncio e de os “seguristas” mais acérrimos (votações superiores a 40%) andarem relativamente próximos das sedes dirigidas por José Albano Pereira Marques, José Luís Carneiro, Joaquim Morão, Fernando Moniz e João Nuno Gonçalves Azevedo.

Dito isto, não quero deixar de puxar pelos meus galões “tripeiros”. Porque o Porto, ao que dizem a maior federação distrital socialista do país, foi o local onde Seguro obteve o seu segundo melhor resultado global (apenas ultrapassado pela vitória no “bastião” da Guarda)! Goste-se ou não do facto, e dos pouco ortodoxos processos que o alimentaram ao longo de décadas, a verdade nua e crua é que no PS do Porto a estabilidade é um posto e manda quem pode. Às tantas, talvez também tenha sido por pactuar com essa gente e contemporizar com estados de coisas desses que Seguro não passou...

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