Mais três semanas serão afinal necessárias para sabermos quem será o próximo Presidente da República Federativa do Brasil. Na sequência de um processo eleitoral altamente ziguezagueante, e que chegou a anunciar Marina Silva como possível vencedora, o segundo turno será disputado entre Dilma e Aécio e as próximas semanas anunciam-se escaldantes e fartas em termos de ataques, boataria e escandaleira. Com a agravante do desestabilizador descrédito que os resultados trouxeram para a imagem dos institutos de sondagem, habitualmente por lá tidos por muito fiáveis mas agora acusados de um imenso flop nas suas previsões.
(Jean Galvão, http://www.folha.uol.com.br)
Continuo na minha de que uma consagração de Aécio seria o melhor resultado nas atuais circunstâncias – refiro-me àquilo a que FHC tem vindo a caraterizar acidamente como um “capitalismo de Estado sob controlo de um partido” e de “capitalismo para a companheirada” – e atrevo-me, por isso, a reproduzir um excerto do editorial de ontem do “Estadão”, sugestivamente intitulado “A hora da razão”: “Depois de quatro anos de Dilma Rousseff, o Brasil está pior, sob todos os aspetos. A economia empacou e flerta com a recessão; o modelo de crescimento baseado no estimulo ao consumo dá sinais claros de esgotamento; o emprego desce, limitado às faixas salariais inferiores, e a inflação sobe, atropelando o teto da meta; o equilíbrio fiscal depende cada vez mais da contabilidade criativa; o Itamaraty foi sucateado e a diplomacia brasileira, colocada a serviço da visão petista; a corrupção se alastra no aparelho estatal, dando a impressão de que só não existe onde não é procurada; a insatisfação popular se amplia e aprofunda diante da incapacidade do governo de entregar aos cidadãos com um mínimo de qualidade os serviços pelos quais todos pagam.” Em síntese: após Lula ter sido capturado, Dilma mostrou os seus limites – há que virar essa página...
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