Quem foi que disse que o Estado não cria emprego? Ora bem, e como o “Expresso” já esclarecera em final de agosto, é já próximo de 100 mil o número de postos de trabalho (?) criados sob o alto patrocínio do IEFP. Sendo que o aumento do número de desempregados em programas do IEFP explicará, assim, cerca de 60% do emprego que as estatísticas consideram criado entre o primeiro trimestre de 2013 e o segundo de 2014. Se o facto em si nada tem de anormal, e é até comum a vários países, enquanto encarado no quadro de práticas políticas dirigidas à facilitação da entrada de desempregados no mercado de trabalho, o mesmo já não acontece se tornado num mecanismo artificial de redução da taxa de desemprego ao estrito serviço da luta política – infelizmente, esta segunda hipótese parece ser a que melhor nos encaixa, com os nossos governantes e seus apaniguados a vangloriarem-se incessantemente dos seus magníficos exploits, mesmo sabendo que a “almofada” do IEFP bateu este ano o seu recorde em termos de contributo para a queda da taxa de desemprego (sim, um contributo mesmo superior ao do “facínora” e “dissimulado” Sócrates em 2010!). O jornalista João Silvestre deu-se ao trabalho de fazer as contas direitinhas e mostra no “Expresso” de hoje que a nossa taxa “real” de desemprego andará afinal pelos 15,9% e não na casa dos 13-14 de que Pires tanto se gosta de gabar...
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