quarta-feira, 30 de abril de 2014

O DEBATE DO MÊS

(Marcos Balfagón, http://elpais.com)

Num mês em que o 25 de abril atingiu uma madura idade redonda, foi com toda a naturalidade que se assistiu a balanços de toda a ordem. Quanto ao melhor ou pior estado do País, os pontos de vista institucionais, objetivamente fundamentados ou mais politizados foram praticamente unânimes pela positiva, embora não deixe de ser preocupante que as perspetivas vindas do anonimato das ruas surjam bem mais dúbias ou até negativas. Eu sei que não foi só a tesoura a estragar isto, mas há sempre gotas que acabam por fazer transbordar o cálice se não pararem de pingar – até que ponto poderá o excesso de tesoura destruir a vitalidade do cravo?

MAIS FUTEBOL

(Javier Asiery, http://blogs.deia.com)


O futebol andou muito por aqui este mês mas, chegados a este ponto, e já que é para a desgraça... Sendo que, no final das contas, a disciplina e energia de Diego Simeone e do seu Atlético e a classe de Dani Alves perante o racismo da banana justificam mais esta menção.

TURMA À SOLTA


Já tinham sido por demais insólitos os anteriores episódios da ridícula novela governamental “Sem Sal Nem Açúcar”, que estiveram em exibição em vários teatros lisboetas (S. Bento, Gomes Teixeira, Terreiro do Paço, João Crisóstomo e Horta Seca, nomeadamente) – cartaz acima.

Mas vir agora um secretário de Estado, no caso o adjunto da Saúde Fernando Leal da Costa, responder em artigo na comunicação social (“O saber não ocupa espaço”, ontem no “Público”) aos seus colegas de Governo é do foro do nunca visto. “Sem boa saúde não há boa economia e as desigualdades acentuam-se” e “o Governo, no seu todo, é responsável pela saúde da população, independentemente da esfera aparentemente limitada a cada ministro”, escreveu muito justamente. E, colocando o dedo na ferida ao acusar uma parte dos decisores políticos de “ainda não ter incorporado a importância da diminuição da carga da doença na população, como factor gerador de uma sociedade saudável, condição também decisiva para a economia de Portugal”, criticou ainda as determinantes eleitoralistas de alguns setores (“estas medidas têm custos políticos que necessitam de vontade política para serem ultrapassados”) e visou diretamente dois ministros do CDS: Cristas, essa senhora que foi encarregada por Portas da função de defender a lavoura (“a indústria agroalimentar é sempre beneficiada quando se defende o maior consumo de fruta, de sumos naturais ou de saladas temperadas com azeite e limão”), e Pires, esse amigo que foi encarregado por Portas da função de sindicalista das empresas e se desdobra em “banha da cobra”, entre descobertas de milagres e prenúncios de esperança (“é errado invocar a economia para justificar a persistência de políticas que perpetuam agressões ao bem-estar das pessoas”).

Paulo Macedo lá veio ontem pôr alguma ordem na polémica, sobretudo acalmando Pires (“nenhuma taxa será introduzida sem haver acordo em Conselho de Ministros” e “não está em cima da mesa”), mas apesar de já irem longe os tempos em que Cavaco impunha a continência aos adjuntos esta gente sempre podia evitar que a governação parecesse um recreio de catraios sem tutor, conversando em casa antes de vir incomodar os outros com querelas de lana-caprina! Ou será que o problema também está na cerveja?


PRECEDÊNCIAS


É conhecida, até porque disponível no histórico deste blogue, a minha leitura sobre o que ocorreu em Portugal e na União Europeia nos fatídicos anos que se seguiram à falência da Lehman Brothers, culminando por cá com a chegada da Troika e da dupla Passos-Portas em 2011 e dos respetivos e terríficos consulados que duram até aos dias de hoje.

Se quisesse resumir a essência pela negativa, diria em modo curto e grosso que a grande diferença entre o governo de Sócrates e o de Passos poderá ser associada à distância jurídica que separa algumas manifestações de negligência, no primeiro caso, e muitas evidências de dolo, no segundo. Ou, numa perspetiva mais empresarial, referindo que aos erros de gestão corrente de um se sucederam os fraudulentos atos estratégicos do outro. Ou ainda, numa outra imagem, que certas ausências de rumo e/ou cedências a interesses deram lugar a um primado da inflexibilidade ideológica ao serviço de interesses maiores. Ou finalmente, em linguagem política típica de outras épocas, que se passou de um patriotismo colaboracionista à traição mais criminosa.

Dito isto ao jeito de enquadramento, venho hoje acrescentar ao nosso já vasto espólio informativo dois gráficos recentemente produzidos pelo “Financial Times” e que apenas dão conta ilustrativa da primeira das dimensões acima. Assim, e focando um plano que tenderia a designar por condução descuidada (ou com descuidos) da política macroeconómica, deles ressalta a política orçamental agressivamente expansionista (i.e., pouco respeitadora da real margem de manobra do país, da sua incontornável condicionante externa) com que em 2009/10 se respondeu à desorientada estimulação “neokeynesiana” (ainda que balizada pelos três T’s de Timely, Targeted and Temporaryproposta pelas autoridades europeias e as suas consequências em termos de disparo da dívida pública. Sendo que, repito, muitíssimo pior estava ainda para vir...



NOVA GEOMETRIA ELEMENTAR

terça-feira, 29 de abril de 2014

QUE FUTEBOL À TERÇA!


(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)

Moral desta noite futebolisticamente inesquecível em Munique: uma clara confirmação de que o desporto-rei não é mesmo uma ciência exata, sobretudo quando do outro lado estão Cristiano Ronaldo, Xabi Alonso, Luka Modrić, Gareth Bale, Ángel Di María, Karim Benzema, Dani Carvajal, Sergio Ramos, Pepe, Fábio Coentrão, Iker Casillas e Carlo Ancelotti...

O QUE VALEM AS EXPORTAÇÕES?



Já lá vão muitos anos, estou a referir-me mais propriamente à segunda metade dos anos 70, com a Faculdade de Economia do Porto a fervilhar em termos de entusiasmo simultaneamente na construção de novos programas de formação em economia e no estudo mais aprofundado da economia portuguesa, o então existente GEBEI, se a memória não me atraiçoa Grupo de Estudos Básicos em Economia Industrial, ensinava-nos a olhar de modo diferente para as exportações nacionais. Na altura, o uso das matrizes de input-output aplicadas às exportações permitia, pelo menos, isolar o conteúdo importado dessas exportações e já nessa altura se falava de valor acrescentado pelas exportações. Essa geração de economistas aplicados produziu um capital de conhecimento que veio progressivamente a perder-se em sucessivas mudanças institucionais. A relativamente recente destruição do Departamento de Prospetiva e Planeamento, concomitante com a saída de cabeças como Félix Ribeiro e Natalino Martins, foi a machadada final nesse conhecimento.
Entretanto dos tempos fervilhantes dos anos 70 aos nossos dias, a metodologia de análise estrutural das exportações evoluiu profundamente, sobretudo graças à possibilidade de utilização de matrizes de input-outputs globais, isto é, envolvendo dados provenientes de vários países e de diferentes matrizes input-output nacionais. Tal evolução foi inequivocamente determinada pela necessidade analítica de medir o posicionamento dos países nas cadeias de valor globais, que se tornaram o foco das atenções a partir do momento em que os processos produtivos estão irreversivelmente segmentados à escala mundial, com intensificação do comércio internacional de produtos intermédios que vão acabar por ser transformados e integrados algures na economia mundial.
Foi com grande regozijo pessoal que verifiquei que o Banco de Portugal, através da sua nata de economistas, está neste momento a retomar esse tipo de análise empírica e a melhor documentar o que valem afinal as exportações portugueses e, simultaneamente, a poder evidenciar que lugar a economia e as empresas portuguesas ocupam nessas cadeias de valor globais. O Boletim Económico da Primavera do Banco de Portugal dá conta desse trabalho através de um artigo que se recomenda de João Amador e Robert Stherer, este último economista do Vienna Institute for International Economic Studies, “As exportações portuguesas nas cadeias de valor globais”.
Os aprofundamentos da técnica de análise permitiram trazer para a quantificação novos conceitos: Valor acrescentado externo nas exportações (valor acrescentado no exterior que surge representado nos consumos intermédios presentes nas exportações nacionais), valor acrescentado nacional nas exportações (já conhecido dos velhos tempos), Valor acrescentado nacional nas importações (valor acrescentado nacional previamente exportado e que volta a Portugal por exemplo em automóveis importados) e valor acrescentado nacional incorporado nas importações que é reexportado.
As evidências recolhidas por João Amador colocam Portugal numa situação intermédia nas cadeias de valor, não na pré-fabricação com muita incorporação de conhecimento e não perto do consumidor final, mostrando que Portugal está ainda longe, medida pelo peso do valor acrescentado externo presente nas exportações portuguesas. Do ponto de vista setorial e apenas a simples título de exemplo, compare-se por exemplo o peso do Valor Acrescentado Externo nas Exportações no setor do calçado (26,8%) e no setor dos equipamentos de transporte (42,9%). É este tipo de exemplos que ajuda a compreender o novo conhecimento estrutural das exportações que estes indicadores possibilitam e o real contributo das exportações para o crescimento económico tão desejado.

DISSE VERHOFSTADT


Importante entrevista de Guy Verhofstadt, candidato liberal à presidência da Comissão Europeia, ontem ao “Público” (excertos acima). Confirmando algumas verdades malditas ou inconvenientes para o discurso político dominante (e por ele persistentemente negadas) – como a continuada presença de uma crise do euro, a necessidade de “um salto na integração europeia”, o exemplo do exercício de Delors nos anos 80 ou o “intergovernamentalismo puro” da Comissão Barroso – e explicitando o entendimento da construção europeia subjacente ao método de abordagem decisional do nosso corajoso compatriota Durão: “telefonar primeiro a Berlim e depois a Paris e só depois de receber a luz verde dos dois é que avança” – não vá o diabo tecê-las e complicar-lhe a carreira, pois claro!

MEXIDAS COMPETITIVAS EM BARDA


Muito interessante e cheio de curiosidades e informações úteis o novo relatório do “The Boston Consulting Group” sobre a evolução dos custos diretos de produção (índice de competitividade-custo) na indústria transformadora dos 25 maiores países exportadores mundiais (representando aproximadamente 90% do total dos bens manufaturados exportados) – “The Shifting Economics of Global Manufacturing” –, divulgado a 25 de abril. 

A ideia mais subversiva que dele resulta é a de que se terá produzido, na última década, um shakeup dos custos de produção industrial de tal modo dramático que veio abalar muitas das convicções adquiridas em matéria de países de altos e/ou baixos custos. Como decorre do quadro acima, que procura resumir o essencial, o Brasil e a China apresentam-se em perda (“sob pressão”), a maioria dos países europeus prossegue a sua senda de degradação (“perdendo terreno”), a Índia e a Indonésia juntamente com o Reino Unido e a Holanda mantêm as suas posições relativas (“mantendo rumo”) e os Estados Unidos e o México evidenciam uma clara e generalizada melhoria (“estrelas em ascensão”).

No mesmo sentido, vejam-se nos quadro e mapa de síntese seguintes os valores efetivos do índice e a sua desagregação por driver – o índice contempla a evolução de quatro: salários, produtividade, custos energéticos e taxas de câmbio –, bem assim como a sua tendência evolutiva para o conjunto da década. Deles surgem viabilizadas conclusões como p.e. as de que os melhores comportamentos internacionalmente comparados se localizaram nos Estados Unidos e no México e os piores no Brasil e Austrália, mas sobretudo as de que os Estados Unidos se terão tornado o segundo país mais competitivo de entre os 10 maiores exportadores mundiais, os Estados Unidos desceram abaixo dos níveis competitivos do leste europeu, os custos manufatureiros já serão inferiores no México relativamente aos da China, o Reino Unido é o país dos grandes do ocidente europeu com mais baixos custos ou o Brasil constitui um dos países da amostra que denota mais altos custos. Ou seja, não é mesmo que a tradição já foi e as ideias feitas já vão indo?


segunda-feira, 28 de abril de 2014

SERÁ QUE TIVE UMA MIRAGEM?



Consultando os factos verifico que, segundo o meu colega de blogue, Francisco Assis terá estado no Jantar da Liberdade do PS em Ourém e que até Sigmar Gabriel (SPD) o terá aplaudido pelo seu discurso. Como o jantar teve lugar no dia 24 de abril, nada o impedia de estar presente no Estádio das Antas, domingo às 18 horas, para o Porto-Benfica. Num relance de câmara furtiva, Assis apareceu com cara de comprometido à direita de Pinto da Costa, não propriamente com cara de melão, mas com um ar abatido. E aqui começou a minha divagação. Será que o homem é portista, e está no seu direito e o passado do clube bem o enobrece, e o desenrolar do jogo não dava para um rosto efusivo? Será que o homem é do Benfica e estava intimidado com a estratégia defensiva de Jesus? Será que o homem respondeu a um simples convite e gentilmente acedeu em partilhar a direita do Presidente, oferecendo-lhe solidariedade num momento difícil? Será que estava simplesmente em campanha? Qualquer que seja o estatuto e todos são legítimos, não há dúvida que a pontaria de Assis é sublime. Não será certamente por esta falta de pontaria, mas Assis é seguramente daqueles políticos cultos, coerentes e consistentes, amado pelos que se encantam com um bloco central à força ou premeditado, mas a quem faltará aquela chama que arrebata e entusiasma os que simplesmente votam em quem depositam a sua confiança. Mistérios da democracia.

O UMBIGO DE JUDITE À VOLTA DE VÁRIOS IS

Já aqui por diversas vezes me tenho referido ao modo inconsequente, inábil e incompetente como Judite de Sousa geralmente conduz o “Olhos nos Olhos” na TVI 24. Esta noite, perante um assunto complexo e um convidado de alto gabarito (o Prof. António Ferreira), até Medina Carreira teve o bom senso de “meter a viola no saco” mas Judite – do alto de um incompreensível e ilimitado vedetismo e de uma aparência de confiança pessoal readquirida – insistiu em exibir até ao limite da insolência, e até da má criação, a irritação que identifica os estados de maior ignorância. Por favor, algum amigo próximo pode sugerir à Judite que se concentre naquilo que é a sua profissão e evite passar pelas vergonhas a que se tem deixado sujeitar desnecessariamente?

BANCOS E CRIAÇÃO MONETÁRIA

(Martin Wolf)


Vários economistas têm salientado que, apesar da magnitude e das consequências penosas que a crise financeira de 2007-2008 provocou, o sistema financeiro pouco mudou. Talvez a sofisticação da pouco transparente inovação financeira com produtos que o vulgar dos mortais não compreende como funcionam (em sessão pública das comemorações do centenário da República em que participei, Santos Silva afirmou que uma das razões para o BPI ter abandonado a praça de Nova Iorque foi a incapacidade de perceber a sofisticação financeira daquele mercado) tenha sido impedida de ganhos de velocidade e de generalização, mas a verdade é que não desapareceu. Talvez hoje seja mais fácil e menos conflitivo falar de limites à livre circulação de capitais, mas a globalização financeira não desapareceu. Talvez hoje exista uma maior predisposição para compreender a necessidade imperiosa de contrariar a chamada banca-sombra, a tal que atua como se fosse banca privada normal mas não tem regulação similar por parte dos bancos centrais, mas ela não foi suprimida. Neste contexto, é compreensível o desânimo de alguns economistas com a ausência de consequências da crise financeira, sobretudo de personalidades como Stiglitz que sempre alertaram para a necessidade de estabelecer uma rigorosa diferença entre os ganhos privados da sofisticação financeira e o retorno social dos mesmos, sendo profundamente cético quanto à possibilidade deste último superar os primeiros. Veja-se, por exemplo, a notável conferência proferida por Stiglitz este mês de abril (dia 15) na Conferência dos Mercados Financeiros do Federal Reserve Bank of Atlanta, designada de “Tapping the Brakes: Are Less Active Markets Safer and Better for the Economy?”. É verdade que o pânico foi sustido de forma eficaz. Mas os riscos de reincidência não desapareceram.
Ora, nas duas últimas semanas surgiram algumas posições de peso apontando para grossas revoluções na organização do sistema financeiro. Tal não significa que essas propostas mais ou menos revolucionárias façam rapidamente o seu caminho e gerem efetivas e radicais mudanças no sistema financeiro.
Uma das matérias que está em debate nos EUA, claro está, pois o conservadorismo europeu está instalado e as mentes enferrujadas, é o da eventual decisão de negar à banca privada a potencialidade de criar moeda mediante abertura de contas de depósito através da concessão dos seus empréstimos, obrigando-a à realização de reservas a 100% dos seus depósitos. A criação de moeda através das atividades de concessão de crédito por parte dos bancos privados constitui dos mistérios menos compreendidos por parte da opinião pública da economia monetária e tem dado origem a sucessivos debates entre os economistas ao longo do tempo. É esse mesmo mistério que tem estado na base do paradoxo vivido nas economias desenvolvidas que consiste no facto do quantitative easing beneficiar sobretudo o setor bancário e este não repercutir esses benefícios em crédito à economia real, não criando por isso moeda utilizável pela economia das empresas.
Creio que a primeira proposta recente de separação entre a criação de moeda (que caberia à banca central e pública) e o financiamento da economia (no qual a banca privada atuaria apenas como entidade de intermediação financeira pelo qual receberia um dado preço) foi apresentada pelo insuspeito (na perspetiva dos mercados) Martin Wolf do Financial Times. Com a imposição de 100% de reservas obrigatórias para os depósitos, as duas funções desempenhadas pela banca privada de criação monetária e de rede de pagamentos limitar-se-ia a esta última. A criação monetária passaria a ser um monopólio público.
O que para mim foi uma grande surpresa foi esta ideia de Wolf ter surgido também pela pena de um ainda mais insuspeito economista para os mercados, John Cochrane (“Toward a run free financial system”). Mas pelo artigo de Wolf e depois pelo incontornável House of Debt de Atif Mian (PrincetonUniversity) e Amir Sufi (Chicago University), compreendi que a ideia não é nova e que foi proposta em 1939, imagine-se por um conjunto de economistas da Escola de Chicago, onde pontuava o grande economista monetário de todos os tempos Irving Fisher.
1939 não é um ano qualquer, vivíamos então as sequelas da crise devastadora de 1930 também ela iniciada por uma crise de pânico financeiro. Não será por acaso que em 2014 as ideias do grupo pontuado por Irving Fisher são retomadas. Afinal, as ideias económicas não são insensíveis aos grandes eventos da história, o que não significa que a rotura vença sempre. A inércia do conservadorismo por vezes não arreda pé, mesmo com custos de grande expressão. Este tema da transposição das ideias para a decisão é de facto apaixonante.
Não deixam por isso de ser curiosas as reservas de Krugman a esta possibilidade, baseadas sobretudo na possibilidade de tal medida empurrar a banca privada para o estatuto da chamada banca-sombra.