A minha passagem pelas
Conferências de Aljustrel desencadeou uma série de pequenas notícias (http://www.ionline.pt/artigos/dinheiro/economista-antonio-figueiredo-defende-subida-salario-minimo-nacional-ja;http://dinheirodigital.sapo.pt/news.asp?id_news=213108; http://www.tvi24.iol.pt/economia---economia/antonio-figueiredo-austeridade-trabalho-salario-minimo-dinheiro-crise/1549518-6377.html) centradas
numa afirmação que produzi na minha intervenção, perfeitamente contextualizada
no quadro da minha proposta à discussão de que a questão do território para ser
pensada exigia uma alternativa ao modelo de empobrecimento para que nos estão a
conduzir. A afirmação produzida foi a de que era um adepto da subida imediata
do salário mínimo e o contexto era obviamente o de contrariar os efeitos dinâmicos
negativos que resultam do rebaixamento salarial forçado: os desincentivos à
inovação e o risco de que os investimentos das famílias e dos indivíduos em capital
humano sejam penalizados.
O epicentro de todas estas
notícias parece ter sido uma notícia da Lusa, formada não sei em que condições,
que passou por exemplo num rodapé da TVI a seco. Claro que não era este o
objetivo da intervenção, mas antes o de mostrar que a questão territorial em
Portugal não é indissociável do modelo de desenvolvimento que está ser forjado
ou de uma alternativa que deve ser tecida com toda a sabedoria no jogo complexo
e intrincado da União Europeia e das contradições da construção do Euro.
A questão do salário mínimo
só a apresentei porque se inseria bem no meu argumento e porque começa a
emergir investigação económica que mostra que o impacto da subida do salário mínimo
no emprego não é estatisticamente significativo, afastando por isso os
fantasmas agitados pelos seus adversários segundo os quais a criação de emprego
é penalizada por esse aumento.
Ironia das ironias, a questão
do salário mínimo, não obviamente por força da notícia disseminada pela Lusa e
pelo Diário do Alentejo, acabou por regressar á atualidade, seja pela posição
da UGT, seja pela própria posição do primeiro-Ministro que acabou por desencadear
inúmeras reações. Vá lá saber-se o que é que as nossas palavras merecem de
interpretação por parte da comunicação social.
O lamento de Bradford
DeLong continua atual: Why, oh why can’t
we have a better press corps.
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