Há coisas em que Cavaco nunca tem dúvidas e raramente se engana. Uma delas tem a ver com a retribuição em devido tempo aos membros do seu clube de fãs, apaniguados, servidores ou prestadores de serviços. Foi uma vergonha ver o presidente de um país supostamente membro de pleno direito da União Europeia prestando vassalagem a um carreirista medíocre que, em final de funções, decidiu que talvez fosse chegado o momento de lhe suceder.
Aquela mega sessão de agitação e propaganda dedicada à promoção de Durão, em que cada um dos participantes foi chamado a elogiar o anterior e todos se juraram tão bestiais uns (incluindo eles próprios) quanto os outros, contou com o presidente, o primeiro-ministro, vários ministros e meia dúzia de comissários, i.e., com uma absurda chusma de convertidos falando para a comunicação social na presença dos anfitriões e de alguns funcionários presentes por dever de ofício. Mas foi bonito ouvir Durão sublinhar a “dinâmica das reformas estruturais” e Cavaco explicar que a disciplina orçamental é um meio e não um fim.
Não será mesmo esta a gentinha que a moleza dos portugueses merece?
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