sábado, 5 de abril de 2014

BOLAS FORA OU MUITO AO LADO



Será a inexorabilidade do envelhecimento que me vai tornando cada vez mais intolerante? Acredito que tal possa estar realmente a acontecer numa certa dose, mas o facto não é de todo aplicável às exibições de presunção e superioridade vindas de uns políticos tardiamente feitos à pressa e de uma miudagem ignorante e inculta que Passos e Portas trouxeram a lugares de nomeação política.

A abrir este post, um exemplo de cada um dos tipos no exato dia de hoje, com esse ex-promissor rapazinho dos briefings a vir explicar-nos o que é “o espírito do 25 de Abril original” e com esse ex-promissor académico a vir ensinar-nos o que são as responsabilidades à sua altura (estatura baixa, proferindo aos seus 101 fiéis dálmatas, com ilustração de Henrique Monteiro, mais um daqueles geniais tweets em que tão ridiculamente se especializou).

Mas já tinha gostado de ouvir o cientista político em entrevista à Ana Lourenço, durante a semana na SIC-N, explicando a sua preocupação com a lista do PS – “O que me preocupa é que é uma lista [do Partido Socialista ao Parlamento Europeu] essencialmente voltada para o passado. É uma lista em que aparecem dois rostos de topo do engenheiro Guterres, que é aquele que eu chamo o governo do pecado original, porque é onde tudo começou, onde começou a linha despesista. E depois dois nomes fortes da governação Sócrates (...), que é aquilo que eu chamo não o governo do pecado original mas o governo do pecado capital porque foi de facto aquele que nos trouxe para a bancarrota (...). O cabeça de lista é, ao mesmo tempo – é interessante verificar isto –, líder parlamentar do pecado original e líder parlamentar do pecado capital, (...) era alguém que defendia na Assembleia da República essas políticas despesistas.” – e falando da prática com conversa de outros mas evitando falar da conversa sem prática dele próprio – “António José Seguro decidiu escolher para a sua lista do Partido Socialista as pessoas que representam os erros que nós cometemos e que nos trouxeram a esta situação. Portanto, no fundo, é um regresso ao passado. Nós temos de olhar não para as palavras, não para o que se diz – falam muitas vezes em Europa e mais Europa e um conjunto de discursos de palavras – mas para as práticas. O que é que estas pessoas fizeram? O que é que as duas ministras de Guterres fizeram quando estavam no Governo? O que é que os dois governantes do engenheiro Sócrates fizeram quando estavam no Governo? Temos de olhar para a prática, os portugueses querem ver o que as pessoas fizeram ou fazem, não o que elas dizem.

Bem diz o povo: “homem pequenino, ou velhaco ou dançarino”…

Sem comentários:

Enviar um comentário