quarta-feira, 16 de abril de 2014

O ZÉ DOS SALAMALEQUES



(picanaorelha.blogspot.com)
Confesso que da entrevista de Passos Coelho nada esperava de relevante. A criatura já mostrou ao que vinha, o que vale, o que pensa, vai-se amoldando às circunstâncias, mas centelha alguma dali nunca virá e certamente que terá futuramente uma vida profissional muito risonha e bem remunerada, isto se os portugueses mantiverem algum espírito crítico.
Por isso, para além de alguns zappings foi toda a incomodidade que consegui suportar e rapidamente mergulhei na análise de um vídeo recente com uma longa intervenção/entrevista de Larry Summers em Toronto, bem mais interessante para a compreensão do mundo nos próximos tempos. Com 65 anos à espreita o domínio das prioridades do tempo é algo de crucial e nisso estou cada vez mais rigoroso.
Mas hoje, lendo o Público do fim para o princípio, como o faço sempre, fruto de começar pelo de melhor que tem o jornal, a peça de Rui Tavares fez-me pensar que talvez tenha perdido um bom momento, sobretudo para presenciar a condescendência acrítica de um jornalista económico, que marca bem o grau zero e complacente de um tipo de imprensa que temos. José Gomes Ferreira nunca me enganou e o espírito de observação de Rui Tavares é precioso para bem caracterizar o circuito fechado e reverente em que esta gentalha inscreve a sua atividade.
Aqui e como nunca se justifica bradar aos céus com o desabafo de Bradford DeLong: Why, oh why can’t we have a better press corps?

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