(picanaorelha.blogspot.com)
Confesso que da entrevista
de Passos Coelho nada esperava de relevante. A criatura já mostrou ao que
vinha, o que vale, o que pensa, vai-se amoldando às circunstâncias, mas
centelha alguma dali nunca virá e certamente que terá futuramente uma vida
profissional muito risonha e bem remunerada, isto se os portugueses mantiverem
algum espírito crítico.
Por isso, para além de
alguns zappings foi toda a
incomodidade que consegui suportar e rapidamente mergulhei na análise de um vídeo
recente com uma longa intervenção/entrevista de Larry Summers em Toronto, bem
mais interessante para a compreensão do mundo nos próximos tempos. Com 65 anos à
espreita o domínio das prioridades do tempo é algo de crucial e nisso estou
cada vez mais rigoroso.
Mas hoje, lendo o Público do
fim para o princípio, como o faço sempre, fruto de começar pelo de melhor que
tem o jornal, a peça de Rui Tavares fez-me pensar que talvez tenha perdido um
bom momento, sobretudo para presenciar a condescendência acrítica de um
jornalista económico, que marca bem o grau zero e complacente de um tipo de
imprensa que temos. José Gomes Ferreira nunca me enganou e o espírito de observação
de Rui Tavares é precioso para bem caracterizar o circuito fechado e reverente
em que esta gentalha inscreve a sua atividade.
Aqui e como nunca se
justifica bradar aos céus com o desabafo de Bradford DeLong: Why, oh why can’t
we have a better press corps?
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