sexta-feira, 18 de abril de 2014

GABO


É agora mais do que nunca obrigatório ler ou reler “Cem Anos de Solidão”, “O Outono do Patriarca”, “Crónica de uma Morte Anunciada” e “O Amor nos Tempos de Cólera”, patrimónios legados à humanidade pelo “maior colombiano de todos os tempos” e expoente máximo do realismo mágico ontem fisicamente desaparecido na Cidade do México. Escreveu ele em 2004: “Descobri que a minha obsessão por cada coisa no seu lugar, cada assunto a seu tempo, cada palavra no seu estilo, não era o prémio merecido de uma mente em ordem, mas, pelo contrário, todo um sistema de simulação inventado por mim para ocultar a desordem de minha natureza. Descobri que não sou disciplinado por virtude, e sim como reação contra a minha negligência; que pareço generoso para encobrir a minha mesquinhez, que me faço passar por prudente quando na verdade sou desconfiado e penso sempre o pior, que sou conciliador para não sucumbir às minhas cóleras reprimidas, que só sou pontual para que ninguém saiba como pouco me importa o tempo alheio. Descobri, enfim, que o amor não é um estado da alma e sim um signo do Zodíaco.” Lições de uma vida que encarava apenas como “uma contínua sucessão de oportunidades para sobreviver” e acabou por lhe proporcionar a verdadeira eternidade...

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