Muito interessante e cheio de curiosidades e informações úteis o novo relatório do “The Boston Consulting Group” sobre a evolução dos custos diretos de produção (índice de competitividade-custo) na indústria transformadora dos 25 maiores países exportadores mundiais (representando aproximadamente 90% do total dos bens manufaturados exportados) – “The Shifting Economics of Global Manufacturing” –, divulgado a 25 de abril.
A ideia mais subversiva que dele resulta é a de que se terá produzido, na última década, um shakeup dos custos de produção industrial de tal modo dramático que veio abalar muitas das convicções adquiridas em matéria de países de altos e/ou baixos custos. Como decorre do quadro acima, que procura resumir o essencial, o Brasil e a China apresentam-se em perda (“sob pressão”), a maioria dos países europeus prossegue a sua senda de degradação (“perdendo terreno”), a Índia e a Indonésia juntamente com o Reino Unido e a Holanda mantêm as suas posições relativas (“mantendo rumo”) e os Estados Unidos e o México evidenciam uma clara e generalizada melhoria (“estrelas em ascensão”).
No mesmo sentido, vejam-se nos quadro e mapa de síntese seguintes os valores efetivos do índice e a sua desagregação por driver – o índice contempla a evolução de quatro: salários, produtividade, custos energéticos e taxas de câmbio –, bem assim como a sua tendência evolutiva para o conjunto da década. Deles surgem viabilizadas conclusões como p.e. as de que os melhores comportamentos internacionalmente comparados se localizaram nos Estados Unidos e no México e os piores no Brasil e Austrália, mas sobretudo as de que os Estados Unidos se terão tornado o segundo país mais competitivo de entre os 10 maiores exportadores mundiais, os Estados Unidos desceram abaixo dos níveis competitivos do leste europeu, os custos manufatureiros já serão inferiores no México relativamente aos da China, o Reino Unido é o país dos grandes do ocidente europeu com mais baixos custos ou o Brasil constitui um dos países da amostra que denota mais altos custos. Ou seja, não é mesmo que a tradição já foi e as ideias feitas já vão indo?
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