segunda-feira, 21 de abril de 2014

NINGUÉM SE ENTENDE…



As avaliações do FMI e companhia sobre a economia portuguesa estão a transformar-se numa penosa rotina, tal é a descoordenação que se pressente entre o discurso de tais avaliações e o de alguns ministros mais palradores. Esta gente não aprende e manifesta uma total e manifesta incapacidade de compreender os erros das suas próprias prescrições, pois continuam amarrados a uma perspetiva padronizada, sem sensibilidade e abertura para compreender a economia portuguesa nos seus devidos contextos. Por isso a desautorização que os ministros mais palradores manifestam em relação aos textos das sucessivas avaliações é por demais evidente, aliás num ritmo de faz de conta que só não é mais penoso, porque penosos são os efeitos de toda a abordagem sem que os problemas estruturais de produtividade e de anacronismo da organização do Estado tenham sido resolvidos.
E se não houvesse melhor ilustração de toda esta fantochada basta estar atento à contradição entre a afirmação de António Saraiva Presidente da organização patronal que não considera hoje a legislação laboral um constrangimento e a teimosa insistência do FMI em considerar que os despedimentos individuais estão hoje ainda pouco facilitados, dificultando a recuperação económica. Perante esta contradição, é de questionar que interesses está o chefe de missão do FMI a defender. O Senhor Subir Lall, e bem pode o deputado europeu Correia de Campos acorrer em seu auxílio afirmando que o homem é um gastrónomo simpático, parece-me um daqueles animaizinhos amestrados, educado durante bastante tempo com estímulos e reflexos pavlovianos, que continuará assim durante muito tempo a reagir, mesmo que os estímulos tenham de mudar, dada a alteração do contexto. Há tempos, no seu blogue no FMI, o homem lá foi dizendo que os custos do trabalho afinal representavam menos do que pensavam e que outras categorias de custos que não apenas a do trabalho teriam de ser mexidas. Mas isso deve ter sido depois de uma boa refeição, sem estímulos do seu amo e senhor.
E não se poderá exterminá-los?

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