As avaliações do FMI e
companhia sobre a economia portuguesa estão a transformar-se numa penosa
rotina, tal é a descoordenação que se pressente entre o discurso de tais
avaliações e o de alguns ministros mais palradores. Esta gente não aprende e
manifesta uma total e manifesta incapacidade de compreender os erros das suas
próprias prescrições, pois continuam amarrados a uma perspetiva padronizada,
sem sensibilidade e abertura para compreender a economia portuguesa nos seus devidos
contextos. Por isso a desautorização que os ministros mais palradores
manifestam em relação aos textos das sucessivas avaliações é por demais
evidente, aliás num ritmo de faz de conta que só não é mais penoso, porque penosos
são os efeitos de toda a abordagem sem que os problemas estruturais de
produtividade e de anacronismo da organização do Estado tenham sido resolvidos.
E se não houvesse melhor
ilustração de toda esta fantochada basta estar atento à contradição entre a
afirmação de António Saraiva Presidente da organização patronal que não
considera hoje a legislação laboral um constrangimento e a teimosa insistência
do FMI em considerar que os despedimentos individuais estão hoje ainda pouco
facilitados, dificultando a recuperação económica. Perante esta contradição, é
de questionar que interesses está o chefe de missão do FMI a defender. O Senhor
Subir Lall, e bem pode o deputado europeu Correia de Campos acorrer em seu auxílio
afirmando que o homem é um gastrónomo simpático, parece-me um daqueles animaizinhos
amestrados, educado durante bastante tempo com estímulos e reflexos
pavlovianos, que continuará assim durante muito tempo a reagir, mesmo que os
estímulos tenham de mudar, dada a alteração do contexto. Há tempos, no seu
blogue no FMI, o homem lá foi dizendo que os custos do trabalho afinal
representavam menos do que pensavam e que outras categorias de custos que não
apenas a do trabalho teriam de ser mexidas. Mas isso deve ter sido depois de
uma boa refeição, sem estímulos do seu amo e senhor.
E não se poderá exterminá-los?
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