A pretexto do mais atual caso de corrupção em Espanha, que já levou Rajoy a um pífio pedido de desculpas aos seus concidadãos – será moda nova? –, junto abaixo uns quadros muito reveladores recentemente dados a conhecer pelo “El País” (jornal que hoje respondeu, em editorial, ao perdão do presidente do Governo nos termos que fazem o título deste post).
O primeiro gráfico serve de bom enquadramento para situar a Espanha – e o seu semelhante vizinho Portugal – no fundo da tabela do ranking com que a “Transparency International” mede comparativamente a perceção da corrupção na Europa. Quanto ao segundo bloco de informação, relativo a Espanha e forçosamente extensível a Portugal em termos pouco diversos, é chamada a atenção para o enorme incremento recente da preocupação dos cidadãos com o fenómeno da fraude e da corrupção e para o facto de serem já de 95% a percentagem de cidadãos que considera que o problema é recorrente (“habitual”) no país (65% referenciando o mesmo como “muito habitual”).
A grande diferença entre o cá e o lá estará, do meu ponto de vista, na maior eficácia da Justiça espanhola. Ainda assim, também por lá são bem mais visíveis o interesse pelo tema e as pressões no sentido de o confrontar com uma abordagem séria – que passa largamente pela questão dos partidos políticos e da sua organização e financiamento – persistindo nós mergulhados nessa “apagada e vil tristeza” que tanto nos entorpece...
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