Ontem, em almoço ameno, um amigo com larga experiência
de organizações internacionais chamava-me a atenção para o jogo de contrários
que atravessa as instituições europeias relativamente à Rússia e ao
protagonismo político de Putin.
A política externa da União será assumida por Federica
Mogherini, enquanto alta representante para as Relações Externas e de Segurança
da EU. Existe apenas o pormenor da Itália depender a 100% do gás russo.
Por sua vez, o Conselho Europeu será presidido
por Donald Rusk, polaco, que deve ter problemas de alergia quando se fala de
Putin e do expansionismo russo, comungando aliás com toda a alergia do Báltico
a esse expansionismo e temos de convir que esses países têm razões de sobra
para essa animosidade e não brincarem em serviço.
Não duvido que o simples confronto de
personalidades (Mogherini versus Lady Ashton e Tusk versus Rompuy) seja favorável
ao novo elenco, mas o jogo de contrários que será desenhado a partir da política
externa e do Conselho diz bem das contradições talvez insanáveis que circularão
pelos corredores da negociação.
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