Pessoalmente, já tinha ficado atraído pela informação fornecida e indiciada pelos gráficos acima, que o “Financial Times” divulgou na semana passada acompanhando um artigo em que era referenciada uma “mudança de rumo estrutural” na estratégia chinesa de investimento no exterior – de uma garantia de abastecimento em matérias-primas e recursos naturais provenientes de países em desenvolvimento à crescente “aquisição de marcas e tecnologia em países desenvolvidos”, sublinhando especialmente neste quadro uma “gigantesca aposta em ativos europeus” de cuja significância se dava, aliás, aquela ideia expressiva de o stock de investimento direto estrangeiro chinês na União Europeia terá mais do que quadruplicado entre 2010 e 2012, passando de pouco mais de 6 para 27 mil milhões de euros.
Constatei entretanto que, no último Sábado, quer o “Expresso” quer o “Público” reproduziam infografias muito similares e com a mesma fonte essencial em termos brutos (“Heritage Foundation”), não obstante parecerem reportadas a data menos atualizada e assim não prejudicarem o interesse da reprodução aqui agora feita. A Grã-Bretanha surge como o grande país destinatário da movimentação europeia do capital chinês (quer por parte de empresas públicas quer, crescentemente, de grupos privados), seguida já bastante de longe pela França, mas é também de salientar o peso significativo assumido enquanto recetores pelos países periféricos do Sul, muito em linha com os efeitos da crise que sobre eles se abateu e a correspondente quebra de preço (por vezes até níveis de saldo) dos seus ativos.
Nós por cá, também temos sido participantes passivos relevantes desta recente reorientação do investimento oriundo do país dos dois sistemas (vide os casos mais emblemáticos da Three Gorges na EDP, da State Grid na REN e da Fosun na Caixa Seguros/Fidelidade): segundo aqueles dados, teremos sido abençoados com contratualizações de 5,4 mil milhões de euros desde 2005 até meados do corrente ano, um valor que é mais do dobro do espanhol e não se afasta muito do de países como a Itália ou a Alemanha. E ainda sem contabilizar a recentíssima venda da ES Saúde à Fidelidade/Fosun, nem as mais que prováveis novas sino-aquisições nos sectores das águas e construção (Beijing Enterprises Water Group).
Já há até quem vá falando, com relativa propriedade aliás, de Portugal a evoluir para um papel de coutada chinesa na Europa. Mas é óbvio que ainda estamos longe de uns novos “donos disto tudo” de raça amarela e encabeçados pelo presidente e maior acionista da Fosun – Guo Guangchang, 47 anos, vindo de uma comunidade rural na província de Zhejiang para estudar Filosofia na universidade e depois para o pequeno empreendedorismo, posteriormente alavancado pelas privatizações posteriores a 2000, um homem hoje considerado o décimo mais rico da China e que já responde por investimentos no exterior do país ascendendo a cerca de 3 mil milhões de euros desde 2010. Assim sendo, Guo é claramente uma cara que importa que os portugueses vão retendo – o “Expresso” já no-lo viera dizer há uma semanas atrás (ver foto seguinte) –, tanto mais que já por cá vai controlando a Fidelidade (comprada à CGD por um valor em torno dos 1000 milhões) e pontuando na REN (posição de 4,7%), passando agora a também dominar a ES Saúde (devendo para tal investir, após apuramento de hoje do resultado da OPA, em torno de 460 milhões) e não dando sinais de querer ficar-se por aí...
Constatei entretanto que, no último Sábado, quer o “Expresso” quer o “Público” reproduziam infografias muito similares e com a mesma fonte essencial em termos brutos (“Heritage Foundation”), não obstante parecerem reportadas a data menos atualizada e assim não prejudicarem o interesse da reprodução aqui agora feita. A Grã-Bretanha surge como o grande país destinatário da movimentação europeia do capital chinês (quer por parte de empresas públicas quer, crescentemente, de grupos privados), seguida já bastante de longe pela França, mas é também de salientar o peso significativo assumido enquanto recetores pelos países periféricos do Sul, muito em linha com os efeitos da crise que sobre eles se abateu e a correspondente quebra de preço (por vezes até níveis de saldo) dos seus ativos.
Nós por cá, também temos sido participantes passivos relevantes desta recente reorientação do investimento oriundo do país dos dois sistemas (vide os casos mais emblemáticos da Three Gorges na EDP, da State Grid na REN e da Fosun na Caixa Seguros/Fidelidade): segundo aqueles dados, teremos sido abençoados com contratualizações de 5,4 mil milhões de euros desde 2005 até meados do corrente ano, um valor que é mais do dobro do espanhol e não se afasta muito do de países como a Itália ou a Alemanha. E ainda sem contabilizar a recentíssima venda da ES Saúde à Fidelidade/Fosun, nem as mais que prováveis novas sino-aquisições nos sectores das águas e construção (Beijing Enterprises Water Group).
Já há até quem vá falando, com relativa propriedade aliás, de Portugal a evoluir para um papel de coutada chinesa na Europa. Mas é óbvio que ainda estamos longe de uns novos “donos disto tudo” de raça amarela e encabeçados pelo presidente e maior acionista da Fosun – Guo Guangchang, 47 anos, vindo de uma comunidade rural na província de Zhejiang para estudar Filosofia na universidade e depois para o pequeno empreendedorismo, posteriormente alavancado pelas privatizações posteriores a 2000, um homem hoje considerado o décimo mais rico da China e que já responde por investimentos no exterior do país ascendendo a cerca de 3 mil milhões de euros desde 2010. Assim sendo, Guo é claramente uma cara que importa que os portugueses vão retendo – o “Expresso” já no-lo viera dizer há uma semanas atrás (ver foto seguinte) –, tanto mais que já por cá vai controlando a Fidelidade (comprada à CGD por um valor em torno dos 1000 milhões) e pontuando na REN (posição de 4,7%), passando agora a também dominar a ES Saúde (devendo para tal investir, após apuramento de hoje do resultado da OPA, em torno de 460 milhões) e não dando sinais de querer ficar-se por aí...
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