Após uma viagem cansativa, fruto da imperiosidade madrugadora do voo, da canícula que assolava Bastia e de uma escala num aeroporto gigantesco e a rebentar de gente, eis-me acabado de regressar ao “Velho Burgo” e ainda a tempo de fazer uma perninha são-joanina logo mais à noitinha. Considerações de fundo, deixo-as para os próximos dias, quando estiver mais repousado e capaz de aqui explorar os temas que nos vão fazendo as marcas do tempo. Ainda assim, a viagem permitiu-me deitar uns olhos mais dedicados ao que por cá se foi passando e confesso que não fiquei minimamente otimista com o que li. Senão vejamos: ainda que possa ter sido um mal que veio por bem, a abertura de uma averiguação preventiva a Pedro Nuno Santos sobre um processo já previamente apreciado e arquivado, ademais durante a campanha eleitoral, foi agora encerrada pelo Ministério Público e terá de ficar demonstradamente rotulada de escandaloso frete de Amadeu Guerra a Luís Montenegro; os autarcas, como a sociedade em geral, prosseguem a sua desviante missão de executores dos fundos europeus e, em especial, do já insuportável PRR; o Governo já admite que o cumprimento das suas metas dependa do impacto dos cortes de impostos, o que nos remete para uma economia a plissar nos anos que aí vêm, enquanto decide mais do mesmo em apoios às empresas, medidas avulsas na reforma do Estado e a retoma dos cada vez menos aceitáveis grandes projetos da legislatura com dinheiros a ver, ao mesmo tempo que claramente cede perante a agenda do Chega, designadamente mas não só em matéria de limitações à imigração (o que até estaria bem se estratégia nacional e integradora houvesse que não fosse a de servir os medos dos cidadãos e a respetiva expressão em termos de voto popular). Com o mundo no estado em que está, vaticino dificuldades das grossas para este nosso Portugal aturdido e desorientado...
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