quinta-feira, 31 de julho de 2025

O PS A BRINCAR COM O FOGO

 


(Transpondo a metáfora climática para a política, apetece-me dizer que o PS anda a brincar perigosamente com o fogo. Assim, se a canícula que vivemos por estes dias recomende as maiores cautelas no nosso comportamento em áreas de combustível abundante, também na política se vive um ambiente quente, no qual as decisões tomadas o devem ser com a maior frieza possível. Recolho neste sentido duas evidências gritantes da falta de cuidado que as hostes socialistas estão a revelar. A primeira está relacionada com a candidatura de Manuel Pizarro, em torno da qual procuro alguma chama que me estimule a um posicionamento mais caloroso da minha parte para com a candidatura, embora não vote no Porto, mas antes em Vila Nova de Gaia, onde vai ser necessário uma ampla frente de esforços para barrar o regresso do instável Luís Filipe Meneses. A segunda evidência, embora tenha aqui de registar um artigo demolidor de Manuel Carvalho sobre a geriatria do novo Conselho Estratégico criado por José Luís Carneiro, que me tramou a abordagem possível, é a completa ausência de sentido de mudança que a composição daquele Conselho representa, com algumas exceções que analisarei mais adiante. Podem dizer-me que se trata de evidências isoladas, às quais poderemos estar a conceder uma importância que não valha a pena, sobretudo no contexto da canícula e da “silly season” em que já estamos mergulhados, agora que o sempre venerável agosto está aí à porta. Ponderada embora essa possibilidade, fica aqui a minha avaliação, que vale o que vale, em parte também geriátrica, mas não é pelo facto de estar na segunda metade dos 70 que devo abster-me de escrever o que penso.)

Vamos por partes. A candidatura de Manuel Pizarro à Câmara Municipal do Porto lá vai avançando, imagino que estimulada pela grande dispersão de candidatos à direita, com o sal e pimenta, dizem as más-línguas, de que Rui Rio estará a influenciar a candidatura do Doutor Araújo (o António do Hospital de S. António e não o Fernando do S. João, ex-CEO da Saúde). Sendo médico e ligado ainda profissionalmente a essas questões, e gozando da plena liberdade que lhe assiste para escolher quem entender para mandatário da sua candidatura, soube-se que Pizarro escolheu um empreendedor na área da saúde, Virgílio Bento, fundador da Sword Health. Até aqui tudo nos conformes da liberdade de escolha do candidato. Mas veio rapidamente a saber-se que o dito cujo Virgílio Bento é apoiante confesso de Carlos Moedas em Lisboa e aqui, desculpem o vernáculo, já a porca torce o rabo. A candidatura coligação de Alexandra Leitão a Lisboa vai colocar o PS sob fogo permanente e sistemático, reproduzido até à exaustão pelos media cúmplices de Moedas, de que a candidatura coligada da AD é a imagem da mais pura moderação, a pomba branca dos santinhos, face ao pretenso radicalismo de Alexandra e seus parceiros de coligação. Ora, o significado para o eleitorado (recordemos que as autárquicas irão ter obviamente uma leitura nacional) do mandatário de Pizarro apoiar Moedas vai ter obviamente uma leitura política, embora o empreendedor Virgílio Bento possa invocar que esse é o seu entendimento da melhor via para barrar o caminho ao Chega na capital. Com amigos destes, na Área Metropolitana de Lisboa já o sabíamos a começar pela aposta socialista de apoio ao Leão de Loures, e agora na Área Metropolitana do Porto com o mandatário de Pizarro a colocar-se ao lado de Moedas, os desafios de Alexandra Leitão são múltiplos. Falta-nos um Jorge Sampaio com a sua genialidade política para justificar o alcance da coligação à esquerda que tão bem protagonizou, embora também nos falte hoje no PCP alguém como Rui Godinho para compreender o alcance da coligação.

Quanto ao Conselho Estratégico do PS, também nada a opor à liberdade de escolha de José Luís Carneiro dos seus membros e à sua qualidade curricular e do seu coordenador Augusto Santos Silva. Mas convém contextualizar o que se espera de um conjunto de personalidades desta natureza no momento atual da vida política portuguesa, em que o PS necessita de recuperar eleitorado sobretudo pela banda dos mais jovens. Convém recordar que o eterno namoro do PS com o eleitorado mais velho e reformado encontra na habilidade política de Montenegro, a roçar a demagogia, um adversário de respeito, a recomendar opções diversas em matéria de eleitorado a privilegiar nas suas mensagens. Ora este Conselho não é propriamente um Conselho Consultivo para estudos de geriatria ou de uma política saudável de envelhecimento ativo. Dele espera-se um contributo ativo para a renovação do pensamento político e sobretudo ideias que atraiam a atenção dos mais novos, dos mais qualificados claro está, mas também daqueles que precisam de apoio para construírem uma trajetória de fuga à exclusão.

Já referi que o artigo de Manuel Carvalho sobre o assunto é tão contundente que me retirou o gozo de escrever esta peça. É um artigo duro, mas o PS precisa de ouvir coisas duras a ver se consegue acordar de uma letargia que começa a ser irritante.

Podem dizer-me que há na composição do Conselho alguns nomes desconcertantes. Um deles é o CEO automóvel Carlos Tavares, de projeção internacional. Essa escolha tanto pode sugerir que: (i) José Luís Carneiro trará consigo uma nova maneira de lidar com o mundo empresarial, matéria que o PS tem olimpicamente ignorado quando tem em pessoas com capacidade de diálogo com o partido como o meu Amigo Guilherme Costa gente com conhecimento e experiência para o conseguir; (ii) ou que o nome de Carlos Tavares é simplesmente um fogacho para impressionar a malta e mostrar que o mundo empresarial não abomina o PS na governação. Convenhamos que não é a mesma coisa. Mas o Conselho, tal como está configurado, está cheio de senadores, cujo pensamento é por demais conhecido e dos quais não se conhece nos últimos tempos qualquer ponta de novidade. Os senadores têm sempre lugar nestas coisas, sobretudo em momentos de crise em que é necessário valorizar a memória e a experiência. Não me parece ser este o caso. O momento é pelo contrário de desespero pela mudança.

Sabendo eu que a fuga para o exterior dos jovens mais qualificados não é apenas fruto das nossas inferiores condições remuneratórias, mas também e sobretudo muitas vezes a perceção por eles sentida de que os modelos organizacionais vigentes bloqueiam a sua ascensão nas instituições, será que a imagem deste Conselho Estratégico prenuncia a atratividade da mudança. Leiam o Manuel Carvalho.

Podíamos fazer o teste não do algodão, mas o de submeter este Conselho a um conjunto de perguntas incómodas: (i) o que é que o Conselho tem a dizer sobre os problemas trágicos do Douro? (ii) porque é que o tecido empresarial internacionalizado e aberto à mudança do Noroeste peninsular (Ave, Cávado, AMP e já parte do Alto Minho) continua insuficientemente representado em poder de decisão? (iii) como recuperar o pensamento sobre habitação em que o PS já foi mestre e agitador? Como é que o turismo pode potenciar a modernização da nossa estrutura produtiva? Como reequilibrar o país? Que ideias etária e intelectualmente novas pode o Conselho trazer a estas questões?

Espero que partilhem a minha curiosidade sobre as possíveis respostas.

 

CARÊNCIAS NOS INCÊNDIOS

 

Nada como recorrer a notícias mais objetivas e diretas ao assunto, como as dos jornais do país vizinho (no caso, o “El País”) para abordarmos a recorrente chaga dos incêndios de modo adequado. É que, por cá, as televisões e os restantes meios de comunicação social só se referem às tragédias visíveis, às aldeias atingidas, às casas afetadas e às famílias indefesas, entrevistando os atarantados autarcas locais e o máximo possível de vítimas defrontadas com situações escabrosas, trazendo aos estúdios os supostos especialistas da matéria (a exemplo dos médicos das vacinas ou dos majores-generais das guerras) para convincentemente nos explicarem quanto não foi mas podia ter sido feito por uns e por outros, durante o passado inverno, no sentido de minimizar o inevitável. Sendo que, afinal, a questão tem dois lados evidentes: (i) o do ordenamento do território e suas derivadas em termos de preservação e limpeza dos terrenos e respetivas obrigações e monitorizações, dossiês que subsistem mal tratados após anos a fio de discursos inflamados e decisões apenas pretensamente solucionadoras (também por desviadas do conhecimento da realidade local e do empoderamento das respetivas autoridades), não devendo escamotear-se ainda a manifesta irresponsabilidade (quando não as práticas criminosas ostensivamente fomentadas) de muitos proprietários privados; (ii) o dos meios de combate em falta e em rota de redução, assim se alardeando quanto é de falta de Estado e não de excesso que o País sofre em vários domínios da sua vida coletiva, sem prejuízo de não se deverem obviamente escamotear as múltiplas e inventivas práticas de aproveitamento e corrupção que parecem grassar no seio dos principais operadores e autoridades.

(Andrés Rábago García, “El Roto”, http://elpais.com)

quarta-feira, 30 de julho de 2025

O ALMIRANTE NO SEU MÁXIMO ESPLENDOR...

 
(João Fazenda, https://expresso.pt)


O artigo de opinião que o Almirante Henrique Gouveia e Melo assina hoje no “Público” confirma eloquentemente quanto o dito parece destituído de mínimos de inteligência e experiência políticas, ademais para que possa vir a ser um candidato que possa considerar-se tolerável à nossa Presidência da República. O homem traz-nos “uma agenda mobilizadora” (onde é que já não ouvimos este lugar-comum?) com três “áreas-âncora” alegadamente destinadas a um “forte e exigente compromisso de convocar vontades” junto dos Portugueses (ao que acrescenta o crescimento económico e temas de soberania como prioridades da “magistratura de influência” que pretenderia desenvolver na Presidência, muito provavelmente lançando ainda mais ruído e confusão em cima dos que já imperam – e que Marcelo também ajudou a baralhar – na separação de poderes em Portugal). Acrescem as áreas eleitas, exatamente aquelas mais óbvias e cujas fragilidades e correspondentes irrupções populistas estão permanentemente na ordem do dia da nossa vida pública (habitação, saúde e imigração) e não outras necessárias e que evidenciassem uma visão e um rumo capazes de romper as nossas pobres dinâmicas reformadoras e desenvolvimentistas. E os títulos desses subcapítulos são também absolutamente sugestivos, para não dizer pior, e certamente suscetíveis de moverem montanhas: a resolução urgente de uma crise anunciada na Habitação, mais organização e eficiência numa Saúde para todos, rigor e humanismo para uma solução exequível na Imigração e Integração, nem mais nem menos. Não é mobilizador por tão unanimista? Não é mobilizador por tão original? Não é mobilizador por tão pueril? Nestes irrebatíveis termos, a vitória ou a derrota serão certamente certas... muito em função do quantum em que os portugueses já estejam definitivamente capturados pelos embustes da lengalenga ludibriante das redes sociais e da política imprópria e desnorteada que lhes vem sendo crescentemente vendida.

terça-feira, 29 de julho de 2025

A CAPITULAÇÃO ANUNCIADA

 

                                      (A pose dos dois personagens diz tudo, não acham?)

(Quando um elefante irrompe numa sala ou esta é robusta e preparada para o embate ou, caso contrário, os danos fazem parte de uma crónica anunciada. Esta é a imagem que me ocorre para avaliar o que se terá passado na Escócia com a aprovação de um acordo unilateral que estabelece direitos aduaneiros de 15% sobre as importações americanas provenientes da União Europeia, continuando as exportações americanas para o território europeu a poderem entrar livremente. Pelo que foi noticiado, o acordo não fica por aqui e outras cláusulas prolongam a deferência para com a narrativa que Trump conseguiu impor, segundo a qual o desequilíbrio observado nas trocas comerciais entre os EUA e a União Europeia é malévolo. Como é óbvio, para quem esteja minimamente atento e não disposto a baixar as calças à mínima dificuldade, esta imagem não é lá muito elegante para a “negociadora” Ursula von der Leyen, reconheço, percebe que se integrarmos os fluxos de serviços na equação, e os serviços são hoje a fonte mais poderosa de globalização, a narrativa de Trump é facilmente desconstruída. As bravatas do elefante de tromba pequena são conhecidas e a fragilidade da sala em que se intrometeu é inequívoca como já compreendemos há muito tempo. O irritante faz de conta de que a União Europeia é um bloco sólido é tão flagrante que a capitulação objetiva que Ursula von der Leyen aceitou na Escócia pode ser compreendida face ao mal menor dos 15% face à convicção da existência de falta de poder objetivo para iniciar e resistir a uma guerra comercial. Os Cavalos de Troia que pululam por todo o território da União não resultam apenas da deriva política antidemocrática que os sucessivos resultados. Também no plano económico, a União Europeia confirma plenamente que o todo não é igual à soma das partes. Sim, a União não tem uma política externa consequente, mas também não tem, reconheça-se por uma vez que isso é assim, uma política económica consequente. A indeterminação externa está no seu auge e continuamos a acreditar que as decisões por unanimidade continuam a ser necessárias. Autismo político na sua expressão mais flagrante.)

Parece um paradoxo, mas não o é. A capitulação da União Europeia na Escócia acabou por receber do universo dos negócios não propriamente aplausos, mas um compreensivo encolher de ombros. A razão é simples. Os investidores e empresários compararam os efeitos negativos dos 15% em cima das suas exportações para os EUA com os efeitos da incerteza de uma guerra comercial aberta e não tiveram dúvidas. Será mais fácil gerir o incómodo dos 15% do que a incerteza da guerra comercial. Tudo isto com a ajuda de um pressuposto e de uma certeza. O pressuposto de que o elefante não continuará a provocar estragos na sala, mantendo-se fiel ao acordo, discutível, sem dúvida, porque este elefante é imprevisível. A certeza está correta. A União tal como está hoje configurada dificilmente teria unhas para gerir decentemente uma guerra comercial de grandes proporções.

A dispersão dos interesses nacionais e a correspondente fragilidade institucional da capacidade de decisão europeia são as responsáveis por, em tão curto espaço de tempo, a negociação União Europeia-China se ter limitado a um encontro pontual de posições em matéria climática e se ter registado a capitulação comercial perante os EUA. Admite-se, por isso, que neste contexto hoje cada mais evidente a União Europeia se limite a jogar para controlar danos e não para alcançar qualquer vantagem estratégica. O que tenderá a provocar efeitos endógenos que não serão desprezáveis. Grande parte dos países que integram a União podem aperceber-se que essa integração já não os defende das condições de vulnerabilidade, não resistindo alguns deles à sereia dos nacionalismos.

Percorrendo as leituras analíticas do acordo que se têm multiplicado na imprensa e opinião internacionais percebe-se que a União terá partido para esta negociação vencida à partida. A assimetria desfavorável do acordo para a União é flagrante para os que não participaram na negociação e mantiveram dela distância prudente. Em contrapartida, para os que estiveram mais próximos da mesma o tom dominante é de alívio – foi possível evitar o pior.

Mas o que me parece evidente é que a fragilidade europeia foi exposta sem qualquer pudor. O que significa que, a partir de agora, está irremediavelmente sujeita ao bullying comercial. Nem sequer o faz de conta prevaleceu. Toda a argumentação posterior ao acordo assentou no reconhecimento dessa fragilidade. Ora, o bullying manifesta-se sobretudo para com os mais fracos.

Oxalá me engane, mas daqui a algum tempo António Costa não vai estar particularmente orgulhoso com o seu curriculum de Presidente do Conselho Europeu.

Aos negociadores europeus não terá certamente passado pelas respetivas cabeças a ideia de uma coligação comercial com países como o Canadá, o México, o Brasil, a Coreia do Sul e outros mais, para contrabalançar as ameaças do elefante na sala.

A trajetória é de capitulação.

 

QUINZE POR CENTO FOI O QUE SE PÔDE ARRANJAR!

Abri neste espaço as minhas inserções do mês referindo-me à “governanta europeia”; a meio do dito, acrescentei uma nota sobre a “verdadeira Ursula em ação”; termino agora o mesmo trazendo um comprovativo atualizado em torno da reprovável prática de uma presidente da Comissão que só aceita atuar por si e apenas se dá bem rodeada por yes menobedientes e bajuladores.
 
Os factos recentes aconteceram na Escócia, onde Ursula se deslocou para “negociar” com Trump, ali deslocado para jogar golfe na expectativa de desviar as atenções para as suas diatribes relacionadas com o caso Epstein, e deixaram patente quanto a União Europeia (UE) está entregue a uma impositiva e prepotente “chefa” cujo grande desiderato é o de alimentar à outrance a sua notoriedade e carreira. Claro que tal só se verifica porque os Estados membros da UE, perdidos nas suas desorientações estratégicos e entretidos com divagações nacionalistas, deixam o campo livre e à vontade da senhora em apreço; ao que acresce um PSE praticamente inexistente, onde pontua um medíocre comissário eslovaco (Maroš Šefčovič) a que Ursula atribuiu a pasta do Comércio e Segurança Económica – são dele as seguintes afirmações relativas ao acordo de subjugação que Ursula firmou com Trump, nestes termos: “foi o melhor acordo que conseguimos em circunstâncias particularmente difíceis”, “salva os fluxos comerciais transatlânticos, salva os postos de trabalho na Europa e abre novos capítulos nas relações entre a União Europeia e os Estados Unidos” e “a perspetiva real e absoluta era de que a partir de 1 de Agosto teríamos uma tarifa de 30% que interromperia todo o comércio”.
 
Nos media europeus, são os franceses e os espanhóis os mais críticos (bem hajam!), muitos deles não poupando em palavras como “capitulação”, “humilhação”, “frustração”, “basculação perante um mundo de predadores”, “oferta de uma vitória a Trump”... Por cá, prefere-se sublinhar que a nossa indústria considera o aumento tarifário de 15% “gerível” (felicidades!) ou que será a indústria nortenha aquela que mais poderá sofrer (um lugar-comum em todas as crises!), além de citar fontes oficiais da União segundo as quais “a partir de agora, só podemos ir para melhor” (sem dúvida que sim, uma asserção especialmente verdadeira se já se tiver batido no mais fundo dos fundos!).
 
Em suma: mais um de entre tantos benefícios concedidos ao ditatorial infrator Trump (a foto da infografia acima é por demais reveladora da inibidora atrapalhação de uma e da arrogância vitoriosa do outro!) – incompreensivelmente, a UE concedeu aceitar um aumento de 15% dos direitos aduaneiros aplicados pelos EUA às suas exportações e reduzir ou eliminar as tarifas cobradas à entrada no mercado único europeu de um conjunto alargado de mercadorias norte-americanas (designadamente, produtos agroalimentares ou automóveis) –, materializando assim uma pedrada adicional na ordem mundial liberal e deixando a nu uma construção europeia que navega à vista e ao serviço dos mesquinhos interesses de uma cidadã alemã em autêntica rédea solta.

(Emilio Giannelli, http://www.corriere.it)