(Carlos RivaHerrera, https://sol.sapo.pt)
Foi feio o incidente ontem ocorrido na Assembleia da República envolvendo o seu Presidente e os líderes do Chega e do Partido Socialista. E se é facto que há muito que José Pedro Aguiar-Branco (com hífen, pois claro) vem mostrando a sua limitada fibra, o certo é também que o dito se sente agora simultaneamente protegido pelo escudo do peso relativo do guarda-chuva laranja – a que recorre sem qualquer cuidado de distanciação e segurança mínima em termos de verdade, isenção e defesa de valores substantivos – e amedrontado pela expressão da bancada da extrema-direita e pela berraria ameaçadora com que os respetivos integrantes desatam a contestar tudo quanto lhes não agrada. Branco provém do Porto mas em nada se apresenta como capaz de ostentar com preceito as caraterísticas mais nobres dos portuenses, tendo até curiosamente ele próprio preferido ser candidato eleitoral pelo círculo de Viana do Castelo (talvez muito em razão da sua passagem governamental pela Defesa e das duvidosas decisões “patrióticas” que produziu relativamente ao obscuro dossiê dos Estaleiros Navais). A gestão do Parlamento pela mão de Branco é um caso manifesto de validação do dito popular do “atrás de mim virá”, já que a sua prática, encoberta por uma prosápia democratizante, contrasta visivelmente com a afirmada veemência de princípios que conduziu a que Ferro e Santos Silva, mesmo quando nem sempre foram exemplares ou felizes nas suas intervenções no referido posto, possam afirmar o seu orgulho essencial de não terem cedido perante os atropelos e as atrocidades do extremismo sem baias que estão paulatinamente a destruir o nosso bem-estar coletivo.
(Henrique Monteiro, http://henricartoon.blogs.sapo.pt)


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