segunda-feira, 6 de agosto de 2012

CHAVELA VARGAS



A América Latina continua a ser a mais fiel origem de músicos e intérpretes fortemente identificados com o que convencionamos designar de povo. Identificados no sentido de terem capacidade de expressar por via artística as suas dificuldades do dia-a-dia, a tristeza da pobreza, os temores, as esperanças, exemplarmente retratados na “desolação e dor” das suas rancheiras.
Costa-riquenha de nascimento, mexicana e “rancheira” por adoção, Chavela Vargas chegou tardiamente ao meu conhecimento via Pedro Almodovar que frequentemente incluía a sua música nos seus filmes. “Piensa en mí” de Tacones Lejanos, na versão da enorme Luz Casal, dificilmente poderá ser ouvida sem que façamos a ligação ao filme, mas a vale a pena tentar, agora que Chavela aos 93 nos deixou. Pedro Almodovar concedeu-lhe um adeus vulcão, no texto em que se despede da sua cúmplice amiga.
Estamos com Jordi Soler do El País quando escreve que “No hay otra manera de homenajear a Chavela Vargas que poner uno de sus discos y beberse un tequila”. Beba-se então uma tequila e escute-se “El ultimo trago”.


Sem comentários:

Enviar um comentário