Em noite de mais um embate Real – Barça fonte de todas as
metáforas, breves palavras sobre a consistência do projeto futebolístico do
Sporting de Braga.
Não sou propriamente um grande entusiasta da cidade e do
seu modelo de desenvolvimento, embora lhe reconheça pujança, transformação, a
presença de uma Universidade dinâmica, um centro histórico com grande potencial
de convivialidade e ainda alguns sinais de uma dinâmica de juventude longe do
estado de graça dos anos 80, mas mesmo assim com sinais bem visíveis
Do ponto de vista desportivo, o facto de se tratar de um
Sporting … de Braga arrefece naturalmente o meu entusiasmo, apesar do
equipamento à Arsenal dos velhos tempos.
Mas reconheço a consistência do projeto desportivo, com crescente
identificação com a cidade.
A segunda passagem num curto espaço de tempo à fase de
grupos da caça aos milhões (Liga dos Campeões) num jogo de grande intensidade
para uma eliminatória não menos intensa, com circunstâncias de decisão que
poderiam ter produzido uma resultado injusto e adverso é um indicador que
culmina sem dúvidas um projeto consistente. Guerreiros e organizados no jogo,
um projeto empresarial e organizativo de grande consistência, que deve fazer
inveja a outras agremiações com outros passivos e por isso orçamentos de
competição bastante desiguais.
Porque é mesmo de um projeto empresarial que devemos
falar e de um modelo organizacional com elevada capacidade de aproveitamento de
recursos disponíveis, vendendo e comprando, mudando de timoneiro, mas mantendo
um fio condutor e assegurando resultados.
E para manter o jogo das metáforas há aqui uma correspondência
entre a afirmação do projeto do Sporting de Braga e o da própria cidade,
adquirindo alguma equidistância face a Lisboa e ao Porto. Afinal uma cidade que
pode começar a afirmar-se por si própria e não necessariamente contra. Por
todas estas razões, a sucessão política da liderança municipal assume neste
contexto a característica de um dos focos cruciais das próximas autárquicas.
Em termos comparativos, a comparação entre os projetos do
Sporting de Braga e do Vitória de Guimarães evidencia bem a relevância dos
fatores da gestão e da organização neste novo ciclo de vivência dos projetos
desportivos. Esperemos que a metáfora dos projetos desportivos não se repercuta
nas cidades. Guimarães não aguentaria essa maldade.
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