quarta-feira, 29 de agosto de 2012

GUERREIROS E ORGANIZADOS


Em noite de mais um embate Real – Barça fonte de todas as metáforas, breves palavras sobre a consistência do projeto futebolístico do Sporting de Braga.
Não sou propriamente um grande entusiasta da cidade e do seu modelo de desenvolvimento, embora lhe reconheça pujança, transformação, a presença de uma Universidade dinâmica, um centro histórico com grande potencial de convivialidade e ainda alguns sinais de uma dinâmica de juventude longe do estado de graça dos anos 80, mas mesmo assim com sinais bem visíveis
Do ponto de vista desportivo, o facto de se tratar de um Sporting … de Braga arrefece naturalmente o meu entusiasmo, apesar do equipamento à Arsenal dos velhos tempos.
Mas reconheço a consistência do projeto desportivo, com crescente identificação com a cidade.
A segunda passagem num curto espaço de tempo à fase de grupos da caça aos milhões (Liga dos Campeões) num jogo de grande intensidade para uma eliminatória não menos intensa, com circunstâncias de decisão que poderiam ter produzido uma resultado injusto e adverso é um indicador que culmina sem dúvidas um projeto consistente. Guerreiros e organizados no jogo, um projeto empresarial e organizativo de grande consistência, que deve fazer inveja a outras agremiações com outros passivos e por isso orçamentos de competição bastante desiguais.
Porque é mesmo de um projeto empresarial que devemos falar e de um modelo organizacional com elevada capacidade de aproveitamento de recursos disponíveis, vendendo e comprando, mudando de timoneiro, mas mantendo um fio condutor e assegurando resultados.
E para manter o jogo das metáforas há aqui uma correspondência entre a afirmação do projeto do Sporting de Braga e o da própria cidade, adquirindo alguma equidistância face a Lisboa e ao Porto. Afinal uma cidade que pode começar a afirmar-se por si própria e não necessariamente contra. Por todas estas razões, a sucessão política da liderança municipal assume neste contexto a característica de um dos focos cruciais das próximas autárquicas.
Em termos comparativos, a comparação entre os projetos do Sporting de Braga e do Vitória de Guimarães evidencia bem a relevância dos fatores da gestão e da organização neste novo ciclo de vivência dos projetos desportivos. Esperemos que a metáfora dos projetos desportivos não se repercuta nas cidades. Guimarães não aguentaria essa maldade.

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