Aproveitei o médio curso da minha viagem de avião para arrumar alguma tralha acumulada e em espera. De entre a muita documentação e informação que me foi passando pelos olhos, quero hoje aqui aproveitar a magnífica rede wifi georgiana para referenciar a evidência que Davide Vittori nos trouxe (gráfico acima) sobre o brutal declínio eleitoral que os partidos social-democratas europeus vêm sofrendo desde Maastricht (o gráfico mais abaixo completa bem esta perspetiva ao ir um pouco atrás no tempo de recolha de dados), com especial incidência no mais recente período de crise e respetiva sequência até ao presente.
Por toda a parte a tendência é clara, com a Europa do Norte e Central a situarem-se atualmente numa modesta média de 20% (1 votante em cada 5) e a Europa do Sul a cair muito drasticamente no pós-crise (mais de 15% de quebra depois da média de 36,3% que apresentavam na primeira década deste século, então muito sob o efeito das expectativas então criadas pela introdução do Euro) – sublinhe-se que o caso do socialismo em Portugal só é, no vertente quadro, um parcial contraexemplo, muito em especial quando comparado com a hecatombe que sucedeu aos socialistas gregos ou com a crescente irrelevância do PSOE!
Refira-se ainda que o refluxo populista que ultimamente parece estar a verificar-se, o que não pode deixar de ser lido como uma evolução de sentido positivo, não alterará significativamente o estado desesperado de coisas a que se chegou – no imediato, não é esperado que as eleições alemãs e austríacas do Outono contribuam para uma qualquer esperança de reversão; e também não se veem sinais promissores no horizonte imediatamente subsequente. Sobretudo, não se encontram responsáveis com o devido foco num assunto que vale bem uma missa e que justificaria bastante mais por parte das inertes e acomodadas lideranças europeias do PSE...
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