Ontem falecido, após uma vida boa e vibrante de que se foi despedindo paulatinamente nos últimos tempos, Américo Amorim (AA) foi um vulto marcante na economia portuguesa do último quartel do século XX. Num apontamento que deliberadamente pretendo que o seja, opto pela memória pessoal de um convívio que não foi assíduo mas foi o bastante: um homem de família, uma pessoa afável e bem disposta, um trabalhador incansável e quase obstinado, um curioso e raro conhecedor pormenorizado de tudo quanto diretamente o envolvia, senhor de uma memória prodigiosa, amante do risco como profissão mas também um lúcido e focado estratega. Necessariamente polémico, aqui e ali excessivo, pontualmente vencido, AA revelou-se dominantemente possuidor de um “toque de Midas” assente num talento empreendedor inato que foi sabendo aprimorar nas oportunidades que gizava e perseguia em cada dia. Ninguém é insubstituível?
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