segunda-feira, 10 de julho de 2017

CASA DA MÚSICA: UMA CRÍTICA


Tão a roçar a perfeição foi o desempenho dos três jovens finalistas (nascidos entre 1993 e 1994) da quinta edição do Prémio Internacional Suggia/Casa da Música – visando apoiar bienalmente músicos em início de carreira – quanto a rondar o vergonhoso foi a cerimónia final de atribuição dos respetivos prémios, aqui muito por culpa da lamentável negligência exibida pelas entidades patrocinadoras – a própria Casa da Música, a Câmara Municipal do Porto e o Banco Português de Investimento.

Assisti maravilhado à final, no quadro de um concerto com a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música, dirigida pelo maestro Pedro Neves. O júri decidiu-se por atribuir um primeiro lugar ex aequo aos violoncelistas alemães Jonas Palm e Nadja Reich, o primeiro representando a Universidade Mozarteum de Salzburgo e a segunda representando a Universidade de Artes de Zurique, e ambos interpretando o Concerto para violoncelo e orquestra, em Si menor, op. 104, de Antonín Dvorák. O outro finalista, o violoncelista húngaro Balázs Renczés, representava o Conservatório Real da Escócia, interpretou Variações sobre um tema rococó, para violoncelo e orquestra, op. 33, de Piotr Tchaikovski e deve ter saído bastante desiludido e completamente atónito da sua viagem ao Porto.

Sou um fã da Casa da Música e da qualidade da sua programação e organização. Só por isso, e munido da correspondente moral, arrisco este pedido de que se retenha a lição e de que não volte a acontecer um fim de festa tão insensível e deprimente naquele espaço e com a agravante de profissionais daquele talento...

Sem comentários:

Enviar um comentário