(Amanhã
partilharei a canícula alentejana com uma intervenção no Forum Empresarial do Alentejo
em Évora, a convite do Núcleo Empresarial da Região, oportunidade para discutir temas de
competitividade e de atração de pessoas e de investimento…)
O painel é o primeiro logo depois da sessão de abertura e está centrado no
tema Região do Alentejo, um território competitivo e atrativo: medidas para
reforçar a competitividade e a atratividade de pessoas e de investimento. Cabe-me
a intervenção de enquadramento deste painel, onde intervirão a EMBRAER, a UGT,
a CIM do Alentejo Central, o Instituto Politécnico de Portalegre e o Hospital
Espírito Santo de Évora.
Será uma oportunidade para me regozijar com a abordagem que está implícita
no painel em que intervenho, articulando temas que regra geral são discutidos separadamente
e, por isso, dando origem a intervenções e medidas de política ineficazes, que
derretem recursos sem qualquer efeito prático que se veja.
As duas articulações que presidem ao painel são: a abordagem conjunta dos
temas da competitividade e da atratividade, indissociáveis segundo a minha
interpretação numa região como o Alentejo; a integração dos processos de atração
de pessoas e de investimento. Ambas as articulações necessárias decorrem das fragilidades
do sistema produtivo alentejano, apesar dos exemplos de inovação a que o FORUM
dará o devido destaque, e do cenário demográfico que se coloca à Região.
Discutirei o assunto com abordagens que me são caras e que tenho a vindo a
desenvolver ao longo.
A questão da competitividade (empresarial e territorial) é discutida em
dois planos: o da organização interna e do espaço da empresa em que existe uma
função relativamente bem conhecida dos fatores que condicionam a produtividade e
a competitividade; o do entorno da empresa, em que a densidade industrial com
que se partilha ambiente empresarial, a consistência do sistema regional de
inovação em que a empresa se insere e a qualidade/diversidade dos serviços que
podem ser oferecidos à empresa contam e de que maneira.
A questão da integração de atração de pessoas e de investimento explora as
pistas de recente investigação de professores da Universidade de Aveiro, com o
amigo Eduardo Anselmo Castro na equipa, que pioneiramente começaram a discutir
e conceber previsões demográficas fazendo inserir na análise a dimensão económica,
da produtividade e do crescimento económico. A importância do saldo migratório
como fator de dinamicidade é explorada, pressupondo que a Região definirá as
suas prioridades de atração de pessoas, pelo menos de jovens ativos
qualificados, em função da sua estratégia de atração de investimento nacional e
internacional. Não podemos ignorar que a Região pode optar por priorizar a atração
de adultos reformados ou pré-reformados de rendimento médio-alto, que pode produzir
efeitos favoráveis em termos de mercado interno e até de dinâmicas da sociedade
civil. Mas, nesse caso, a atração de pessoas não contribuirá para o reequilíbrio
demográfico, pois não tenderá a influenciar as condições de fertilidade
futuras.
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