quinta-feira, 29 de junho de 2017

MAIS TERTÚLIA

(Idígoras y Pachi, http://www.elmundo.es)

Já não sei bem quantas excelentes doses de “Tertúlia” me foram proporcionadas pela iniciativa do Centro Regional do Porto da Universidade Católica e do Alberto Castro, em especial. Ontem ao final da tarde estive em mais uma na já tradicional e sempre estimulante companhia do José Manuel Félix Ribeiro e do José Fernando Pinto dos Santos, desta vez num modelo novo que também nos trouxe uma partilha de experiências com dois jovens engenheiros (Amadeu Mendes da Kyaia e – pasme-se! – o João, ali o João Castro da Sumol Compal). Falou-se, sobretudo, de tecnologia e de inovações, de mudanças de sistemas técnicos e de novos paradigmas técnico-económicos (a não confundir com revolução industrial), de casos empresariais reveladores, de futuro. E também das respetivas implicações no plano da gestão (novos modelos de negócio, novas propostas de valor e novos negócios), especialmente no da configuração e estruturação das organizações. De passagem, e na linha de que é possível observar o futuro desde que se olhe para os sítios certos, distinguiu-se o que promissoramente vem dos Estados Unidos do pouco ou desviante que se passa na Alemanha e na Europa e diferenciou-se uma Índia portadora de caminhos de uma China “cancerosa”. Explicou-se porque é que as energias renováveis são largamente incompatíveis com o ciberespaço e as respetivas consequências tendencialmente desformatadoras. E disse-se, alto e bom som, que a globalização como processo já acabou (o mundo está globalizado, o que está bem visível nos incontroláveis fluxos de dados e ideias que atualmente o caraterizam) e que o essencial da revolução digital está feito nos dois sítios fundamentais de uma sociedade (as finanças e a guerra). Guerra que andou no ar em muitos momentos (da Internet que dela nasce às novas formas de ameaça global que evoluem da destruição maciça para a “paralisação total”). Em suma: para mim, caro Miguel Cadilhe, aquelas duas horas não foram desestabilizadoras mas de puro food for thought e desafio – talvez porque, afinal, tudo esteja no adequado “modo de usar” destes encontros...

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