quinta-feira, 15 de junho de 2017

O CENTRALISMO ENQUANTO ANOMALIA HISTÓRICO-CULTURAL



Tenho por vezes encarado com algum criticismo o sentido e a oportunidade das opções e da gestão política de Francisco Assis (FA). Mas reconheço-lhe uma invulgar capacidade analítica e expositiva. O que mais uma vez fica patente no seu artigo de hoje do “Público”, sobretudo na sua segunda parte, que acima reproduzo com a devida vénia, dedicada ao que classifica de “centralismo à portuguesa”. Mais, muito mais do que a questão – algo requentada até, na forma que vai assumindo por força da intervenção dos protagonistas regionais concretos – da candidatura portuguesa à Agência Europeia do Medicamento e da escolha governativa de Lisboa, FA toca o verdadeiramente essencial quando se refere à “força da inércia do centralismo” (é que é assim mesmo!), à “distribuição geográfica de múltiplos organismos públicos que não têm de estar necessariamente sediados na capital do país” (claro que sim!), de “um princípio de autoconstrução permanente do centralismo” (é que volta a ser assim mesmo!) e de “uma verdadeira anomalia histórico-cultural” (anomalia que por tal ser se enraíza nas entranhas do nosso funcionamento coletivo de modo absurdamente corrosivo/destrutivo). E FA conclui também muito bem que “não temos é de nos resignar perante ela” – eu assino humildemente por baixo...

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