sexta-feira, 23 de junho de 2017

É SEMPRE TEMPO...

(José Manuel Álvarez Crespo, “Napi”, http://www.eleconomista.es)

A minha última tarde foi uma tarde abençoada na perspetiva da expiação dos meus inúmeros pecados. Cumprindo escrupulosamente regulamentos e acordos estabelecidos, lá estive no belíssimo salão nobre do medieval Castelo de Santa Maria da Feira ajudando a prestar contas sobre como tem vindo a ser gerido um programa regional comunitário. E se o que tem de ser tem muita força – faça-se, portanto, e o melhor que se souber e puder, já agora... –, confesso-me cada vez mais desconfiado em relação ao sentido útil destes exercícios e respetiva enormidade formal. Porque, alguma resultante em termos de transparência à parte, o resto é altamente cifrado, pouco estimulante, quase nada regenerativo e até por vezes absurdo. Haverá um dia capacidade e acumulação de lucidez bastantes para se dar a devida volta a este sistema infernal e tendencialmente autofágico?

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