domingo, 25 de junho de 2017

M&M


Na União Europeia, e a fazer fé nas imagens saídas do Conselho Europeu desta semana, há uma nova dupla que se pretende apresentar ao comando. Não será propriamente um regresso dos velhos tempos do eixo franco-alemão – a França está demasiado debilitada para tal! –, mas os ensaios de entente entre Merkel e Macron parecem resultar de uma inequívoca vontade recíproca, feita certamente de algum amor mas sobretudo de muito interesse de parte a parte. Macron dá os primeiros passos ao mais alto nível após o desastroso e pastoso passado dos seus pares mais recentes, ademais comprometido em promessas vigorosas e legitimado por uma vitória esmagadora. Merkel visa uma nova reeleição, tentando recuperar alguma credibilidade perdida através de uma aposta em se constituir na referência continental de um espaço europeu unido e pacificado face aos desafios trumpianos do confronto transatlântico. A convergência conjuntural de interesses é, pois, mais do que lógica e evidente – haja esperança de que ela possa levar a algo que vá para além de lindos sorrisos e belas palavras...

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