Não quero aqui mais do que deixar este registo, evitando desfiar a sucessão de outros casos mediáticos que nos marcaram: Oliveira e Costa e o BPN, João Rendeiro e o BPP, Armando Vara e José Penedos, já para não falar do estranho caso de José Sócrates, entre vários outros mencionáveis (Manuel Pinho, Dias Loureiro, etc.). De notar, todavia, que a grande separação talvez esteja entre a força da doença que a dada altura se impõe e a exibição de um abandalhamento pessoal que quase prescinde de mínimos de dignidade; o que se repercute em situações que vão do sofrimento desesperado (conducente, no limite, ao suicídio) à falta de vergonha. Neste plano, chegam-nos de Espanha dois tipos de personagens que cabem genericamente nesta última categoria: José Luis Zapatero, o ex-presidente de governo socialista que agora se dedica a atividades de serviço ao ditador venezuelano Nicolás Maduro, Deus saberá por obra e graça de quê, e Raúl Morodo, o ex-embaixador estimável que acabou por revelar ser afinal um simples “comissionista de petróleo” disfarçado de diplomata.
Mesmo não desconhecendo que cada circunstância tem as suas razões, às vezes até ponderosas (quase diria justificáveis), não posso deixar de sublinhar como moral essencial destes processos o facto de o crime raramente compensar, seja pela vida completamente desfocada e desfeita que passa a ser imposta ao acusado seja pela censura social e pública que lhe determina de um modo intolerável para gente normal e com algum tipo de escrúpulos. Digo eu...
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