(O Professor Fernando Nunes da Silva do Instituto Superior Técnico, Amigo de longa data, teve a amabilidade de me convidar para realizar a intervenção inaugural (após a do Presidente do Congresso, o Dr. Emílio Rui Vilar), no âmbito do XVI Congresso Nacional da ADFERSIT - Associação Portuguesa para o Desenvolvimento dos Sistemas Integrados de Transportes, a realizar em Lisboa, no LNEC, nos dias 7 e 8 de novembro do presente ano. O Congresso é subordinado ao tema Integração Global de Portugal – que projetos estratégicos? O convite honra-me de sobremaneira, mas tenho também a noção do desafio que constitui falar da integração global de Portugal, não só pela complexidade do tema, em que são quase rotina as interrogações, as hesitações e inconstâncias, em suma com a dificuldade conhecida de fixar posições que sirvam de referencial de algum tempo de estratégia. Pensar o tema com alguma originalidade em matéria em que gente brilhante como o Dr. Félix Ribeiro tem trabalhado arduamente e avançado bastante, devorando pela leitura e análise praticamente todas as variáveis relevantes para uma cenarização das opções que se abrem a Portugal em matéria de integração, é tarefa exigente para quem poderia ser designado como um “economista de província, no sentido de quem pensa não a partir do núcleo pretensamente central da Capital, mas fora dele e lutando há muito tempo pelo direito a uma visão do país e do seu futuro a partir da diversidade territorial. Recordo-me que comecei a pensar nestas coisas da integração global de Portugal a partir de um texto que me foi solicitado no âmbito da preparação das Grandes Opções do Plano, tendo de procurar outros referentes de memória para o situar no tempo. O trabalho foi publicado sob a forma de artigo “Uma Visão Espacial das Estratégias e das Prioridades de Desenvolvimento Económico e Social para Portugal”, tendo aparecido na defunta revista Prospetiva e Planeamento, Revista do também hoje falecido Departamento de Prospetiva e Planeamento do Ministério do Planeamento, que também desapareceu para dar a vez às preocupações de governança dos Fundos Europeus, em novembro de 2001. Imagino, pois, que as Grandes Opções do Plano respeitariam a um ano anterior, talvez 2000, mas não me recordo e isso também não é importante para o caso.)
Recordo-me bem da natureza estranha que o artigo representou para muita gente, pois era praticamente a primeira vez que alguém pensava a internacionalização e integração na economia global do país a partir do potencial de internacionalização dos seus diferentes territórios. Aproveitei então o potencial de estar nessa altura numa fase intensa do meu trabalho de andarilho do planeamento estratégico, com um largo conhecimento do mapa territorial e dos recursos suscetíveis de valorização no espaço global para ousar formular uma estratégia de integração que procurasse valorizar a riqueza na diversidade (pequeno, mas diverso como insistia o saudoso historiador José Mattoso). Regresso, por vezes, a esse texto, creio que as consequências efetivas do mesmo foram inexpressivas, a não ser para balizar a evolução do meu pensamento sobre a matéria. Cerca de 23 anos depois e após algumas incursões esporádicas e guerrilheiras no tema em trabalhos diversos, sempre chamando a atenção para a relevância da geopolítica territorial nos trabalhos de planeamento estratégico territorial, regresso ao tema para dar alguma consistência a uma intervenção de responsabilidade, pois trata-se de um congresso de uma associação vocacionada para os sistemas integrados de transportes e onde se fala de projetos estratégicos a promover. Trata-se, pois de uma visão construída no exterior desse sistema integrado de transportes que, obviamente, deverá ser confrontada e obviamente enriquecida e/ou mesmo corrigida pelos especialistas do tema que farão ouvir a sua voz nas sessões que se seguem à inaugural nos dias 7 e 8 deste normalmente triste mês de novembro, no recato de uma Grande e prestigiada Casa como é o LNEC.
Quando comecei a pensar nestas questões e quando a elas regresso no tempo atual, dificilmente escapo a trabalhar com alguns pensamentos de gente que pensou o país noutros planos e com outras lentes bem mais potentes e abrangentes do que as minhas. Sim estou a pensar no também saudoso Eduardo Lourenço e no espírito irrequieto de Miguel Real, grandes pensadores sobre o ser Português nos tempos de uma globalização ainda não fraturada como se encontra no presente momento. Para mais, estou a preparar a minha intervenção num contexto de grande incerteza sobre os resultados das eleições americanas, arriscando-me a ter de mudar de roteiro sobre a meta, acaso os cenários mais negros para o mundo se confirmem.
Por hoje, na medida em que esta preparação vai ocupar-me nos próximos dias e por isso muito provavelmente regressarei ao tema no blogue, fico-me com uma longa citação de Eduardo Lourenço, retirada de Nós e a Europa ou as duas razões (sem esquecer o eterno Labirinto da Saudade):
“O mistério da nossa identidade, da nossa permanência e continuidade ao longo dos séculos está precisamente relacionada com a nossa pequenez e com a vontade de separação da Ibéria que conferiu ao povo português um outro destino, um destino menos europeu do que aquele que a Espanha de Carlos V e Filipe II tiveram de compartilhar e de que foram peça mestra. (…) Portugal, o de ontem e ainda mais o de hoje, não teve nunca, nem tem, propriamente problemas de identidade. Se tem problemas dessa ordem, quer dizer, de interrogação ou dúvida, sobre o seu estatuto enquanto povo autónomo, inconfundível, serão antes problemas de superidentidade. Perdemos um império, é um facto, mas perdemo-lo menos na realidade do que que pode parecer, porque já antes o tínhamos sobretudo como imaginário. (…) Se estamos ameaçados de perder identidade no sentido de perder certos particularismos que são o folclore da identidade profunda, estamo-lo como está o universo inteiro e os povos ocidentais em especial, unificados aos poucos no seu imaginário, nas suas técnicas, na sua música, nos seus bons ou maus costumes”.
Imaginem, meus Caros, o salto que é preciso dar para passar da grandeza deste pensamento a uma lógica mais circunstancial da integração concreta, designadamente dos transportes e da conetividade em geral, quando por exemplo o grande tema de debate parece ser a dificuldade de estabilizar uma posição nacional sobre uma questão aparentemente tão comezinha, como a questão de saber se devemos optar pela bitola europeia ou pela bitola ibérica.
Como estes Portugueses são dificilmente governáveis!
Conferencista sofre …
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Dr. Mark Thomas
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