A homenagem aos 60 anos da Mafalda, personagem inventada e trabalhada por Quino, é certamente merecedora de um apoio incondicional por tudo quanto retiramos e pudemos transmitir a partir daqueles pequenos folhetins aos quadrados, tão simples na forma quanto marcantes pelo teor das mensagens neles incorporadas. Num tempo em que, ademais, as notícias são assustadoras e tendem para um agravamento que não prevejo controlável em função de acontecimentos que ora pioram dramaticamente a situação no Médio Oriente, onde Netanyahu brinca com o fogo de um modo absolutamente descontrolado, ora aumentam a escalada na Ucrânia, onde Zelensky começa a dar sinais de desespero e Putin não dá mostras de qualquer cedência negocial enquanto aguarda por boas notícias que reconfigurem as circunstâncias envolventes, ora mantêm a incerteza sobre se prevalecerá uma salvífica vitória de Kamala Harris nas presidenciais dos EUA ou se, pelo contrário, Trump passará para trazer ao mundo o pior ou até pior do que isso. Porque a questão que já se coloca no horizonte internacional é a de sabermos se as condições para o princípio do fim ocorrerão mais ou menos depressa, ou seja, e respetivamente, por via de uma reação nuclear intempestiva do poder iraniano ou na decorrência do veredito de uns poucos milhares de votantes da Pensilvânia sobre o que pensam das suas contas de mercearia (expressão que reproduzo de uma crónica de Timothy Garton Ash no “The Guardian”). O meu feeling é o de que outubro talvez ainda resista a grandes alterações nas relações de força em presença, embora o mesmo já não seja capaz de afirmar quanto ao evoluir do restante trimestre final de 2024.
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