segunda-feira, 7 de outubro de 2024

O QUE NÃO ME SAI DA CABEÇA...

(Bill Bramhall, https://www.nydailynews.com) 

Parafraseando os protagonistas de um podcast do “Expresso”, o que não me sai mesmo da cabeça são as eleições presidenciais americanas. E, segundo creio, as razões são mais do que fundadas se pensarmos num mundo cujos destinos viessem a ser essencialmente comandados pelas narcisistas e tresloucadas diabruras de Donald Trump. Com a Rússia e levar de vencida uma Ucrânia abandonada, a Europa a ficar cada vez mais entregue a si própria e à disposição dos humores de Putin, a situação no Médio Oriente a explodir em definitivo e o enfrentamento com a China a recrudescer em intensidade nacionalista/protecionista.

 

A aparição de Kamala Harris trouxe a renovação de uma esperança que já parecia perdida e chegou a deixar o ex-presidente em relativo estado de perturbação (como se viu no debate entre ambos, designadamente). Mas o passar do tempo e a aproximação do dia de votação – que já está a menos de um mês de distância – tem vindo a manter imprevisível o desfecho da contenda, com alguns episódios a revelarem quanto o “vale tudo” é rei nos Estados Unidos da América; atente-se, por exemplo, na oferta de easy money (47 dólares), apadrinhada pelo inconcebível Elon Musk, a cada votante registado num swing state que assine uma petição insidiosamente em apoio de Trump.

 

O facto é que nos sete mais reconhecidos swing states (pintados a cinzento no primeiro dos gráficos mais abaixo e equivalentes a um total de 93 dos 538 votos do colégio eleitoral) as coisas se mostram claramente apertadas para qualquer dos lados; ainda assim, e se considerarmos o sentido das sondagens mais recentes que atribuem vantagem acima de 1% a uma das partes, o gráfico do meio passa a maior incógnita para quatro estados (Wisconsin, Michigan, Pensilvânia e Carolina do Norte), situação que se nos reconduz à indefinição total que se vive na Pensilvânia se assumirmos a pura e simples indicação atual do candidato que lidera cada sondagem estadual.


Em suma, e pouco tendo vindo a alterar-se recentemente na dinâmica das escolhas em presença, o veredito ou decorrerá de algum acaso que algures possa virar o jogo ou ficará mesmo à mercê dos 67 condados (ver abaixo, com destaque para a evidência das exceções democratas – com base no apuramento de 2020 – situadas em torno da metrópole que é Filadélfia e da outra cidade relevante e de forte expressão tecnológica que é Pittsburgh no condado de Allegheny) em que se manifestará o sentimento de poucos milhares de pensilvanianos (em 2020 a diferença entre Biden e Trump situou-se em 80 mil votantes num total de cerca de 7 milhões) sobre a tal evolução das suas contas de mercearia...

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