Estamos a dois dias da apresentação pelo Governo do seu projeto de OE para 2025 e dele apenas se conhecem duas opções fiscais, aliás já parcialmente abandonadas na tentativa de assim iludir o PS e obter a sua abstenção. Por seu lado, o maior partido da Oposição, o seu secretário-geral e o respetivo estado-maior têm andado numa dobadoira feita de “convicções” centradas nos impostos sobre pessoas singulares jovens e sobre as empresas – um desgaste infrutífero e um consequente desastre de imagem que se foi tornando visível a olho nu mas escapou à “bolha” decisória do Largo do Rato, o que se me afigura tanto mais incompreensível quanto nestas coisas a bola tende a estar do lado do poder (que a tem sabido dominar com a mestria eleitoralista necessária) e a alternativa de uma coligação à esquerda parece pouco mais do que uma miragem. A perceção que resulta para os portugueses de todo este imbróglio dito negocial não é de todo favorável ao PS, quase diria que lhe é completamente oposta e até de repúdio se tudo se mantiver constante e Pedro Nuno surgir aos olhos dos seus compatriotas como tendo sido um alvo néscio de um toureio pouco edificante por parte de Montenegro. Na verdade, e depois da estranha tática que escolheu e a que emprestou uma tremenda inabilidade, começo a achar que Pedro Nuno está perante um catch 22 e já só salvaria minimamente a sua pele com eleições antecipadas – mas não estou certo de que, ao invés, não acabe por baixar os braços na última hora nem de que, na hipótese de irmos a votos, tenha rins para um golpe de asa que fizesse com que o seu anjo da guarda o viesse proteger.
Sem comentários:
Enviar um comentário